Inovações na neurologia: O futuro do tratamento da doença de Parkinson e tremor essencial

Um estudo inovador revela um método não invasivo para reduzir movimentos involuntários e problemas motores em pacientes com doença de Parkinson (DP), utilizando ultrassom focalizado.

Três meses após a aplicação da técnica, o dobro de participantes apresentou melhorias significativas na discinesia e comprometimento motor em comparação com aqueles submetidos a um tratamento simulado. As melhorias perduraram por até um ano em 77% dos respondentes, e os pacientes puderam retornar para casa no mesmo dia do procedimento.

Os pesquisadores observaram efeitos adversos raros, como problemas de marcha, dificuldades na fala e distúrbios visuais. Eventos mais graves ocorreram no grupo que recebeu o tratamento placebo.

Este estudo, publicado em 2023 no The New England Journal of Medicine, destaca uma inovação promissora no tratamento da doença de Parkinson.

Como funciona o novo tratamento

A técnica examinada, baseada em um tratamento aprovado para tremor essencial em 2016, emprega ultrassom focalizado para eliminar neurônios no globo pálido do cérebro, resultando em ablação e cicatrização do tecido.

O Dr. Howard M. Eisenberg, coautor do estudo e professor de neurocirurgia na Universidade de Maryland, explicou que mais de 1.000 feixes de energia sonora são focalizados para realizar a ablação no tecido-alvo: “Quando os feixes são direcionados e a energia atinge um nível alto, é possível criar um pequeno orifício no cérebro precisamente no ponto focal, sem prejudicar o tecido ao redor”, explicou ele.

Esse tratamento representa uma evolução em relação às técnicas anteriores, utilizando tecnologia mais avançada. O Dr. Eisenberg esclareceu que os neurônios ablatados não são necessariamente responsáveis pela discinesia e comprometimento motor, mas sim parte de um sistema de alvos formado por núcleos interconectados, com o objetivo de interromper esse sistema.

Ultrassom focalizado vs. estimulação cerebral profunda 

O Dr. Eisenberg destacou que a ablação para tremor essencial é considerada menos eficaz do que a Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Na cirurgia de DBS, o tecido não é destruído, mas sim estimulado. Essa abordagem é aplicável também para discinesia e comprometimento motor na doença de Parkinson.

No entanto, a DBS requer a realização de uma ou mais pequenas aberturas no crânio, por onde um fio é inserido e guiado até a área-alvo no cérebro. Esse fio é, então, conectado a um pequeno neuroestimulador implantado no peito.

Sobre aqueles que optaram pelo ultrassom focalizado, o Dr. Eisenberg afirmou que “não o considerarão, mesmo que sempre expliquemos que a Estimulação Cerebral Profunda apresenta vantagens sobre o ultrassom focalizado. Portanto, é uma boa opção para pacientes que não desejam a cirurgia de DBS, o que é compreensível.”

Ele ressaltou que os benefícios proporcionados pela nova técnica de ultrassom focalizado são suficientemente impactantes para transformar vidas.

Doença de Parkinson e tremor essencial: como diferenciar?

A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva com diversos sintomas, como tremor, bradicinesia (lentidão dos movimentos), rigidez (aumento no tônus muscular com resistência à movimentação passiva), alterações na marcha e postura corporal, resultando em quedas frequentes. O tremor do Parkinson se manifesta por movimentos involuntários, rítmicos e oscilatórios, presentes no repouso, geralmente no polegar e indicador, assemelhando-se ao gesto de contar dinheiro.

O tremor essencial (TE) é uma desordem neurológica comum e se estima que afete até 20% da população acima de 65 anos. Ao contrário do tremor do Parkinson, não é degenerativo, mas pode ser progressivo, com variações na intensidade e localização. Acomete principalmente mãos e braços, podendo ocorrer também na região cefálica, como no pescoço. O TE está presente durante movimentos voluntários, como comer e escrever.

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