Distúrbios da voz na doença de Parkinson
Postado em: 26/10/2021
Você sabia que muitas pessoas com a doença de Parkinson experimentam alterações na voz em algum momento da doença?
Pois é isso que vamos discutir hoje.
Neste texto você saberá mais sobre esta doença e de que modo ela pode afetar a voz, além de como tratar tais distúrbios.
Confira!
A doença de Parkinson
A doença de Parkinson consiste em um distúrbio neurológico do movimento, atingindo cerca de 2% da população mundial acima de 60 anos.
Estima-se que a doença de Parkinson atinge cerca de 7 milhões de pessoas no mundo, com previsão de chegar a 17 milhões em 2040.
Em geral, é diagnosticada em pessoas acima dos 55 anos, mas pode ocorrer em pessoas mais jovens, incluindo com menos de 40 anos de idade.
Ela acomete mais homens que mulheres.
É causada pela redução dos neurônios produtores do neurotransmissor dopamina no cérebro.
A dopamina é uma molécula que pode ser considerada o maestro dos movimentos automáticos nossos, como andar, piscar e gesticular. A dopamina ajuda na agilidade, velocidade e amplitude dos movimentos dos braços e pernas.
Portanto, com a queda progressiva da produção da dopamina no cérebro, as pessoas começam a ficar com sintomas como:
- Lentidão: dificuldade para andar, se trocar, realizar higiene pessoal, trabalhar, etc…ou seja: a velocidade para realizar os movimentos fica mais devagar;
- Tremor de repouso (tremor com os braços relaxados, no geral inicia-se em apenas uma mão);
- Rigidez;
- Desequilíbrio;
- Micrografia (a letra, a escrita fica pequena).
- Alteração da voz
Como são os distúrbios na voz na doença de Parkinson?
Assim como ocorrem tremores, rigidez e movimentos lentos nos músculos de todo corpo, também podem ocorrer nos músculos utilizados para falar.
A doença de Parkinson pode afetar a fala de diversas formas.
Muitas pessoas com este diagnóstico falam em um tom mais baixo e com pouca emoção, podendo soar rouco ou ofegante. Chamamos de “fala monótona”.
Além disso, estes pacientes podem arrastar as palavras, ou parar antes do final da frase.
A maioria desses pacientes falam de forma mais vagarosa, ainda que existam pacientes que falem mais rapidamente, podendo gaguejar.
Alguns sintomas motores como a diminuição da expressão facial, lentidão e postura curvada podem agravar os problemas na fala.
Estes fatos podem comprometer a capacidade de demonstrar emoções.
Importante: geralmente os problemas da fala vêm com o tempo, e não necessariamente acometem todos os pacientes. A doença de Parkinson é muito heterogênea, e seus sintomas variam de paciente para paciente. Procuramos discutir aqui os sintomas gerais, mas não necessariamente quem tem Parkinson terá todos eles…
Qual o tratamento para os distúrbios da voz na doença de Parkinson?
Caso perceba problemas relacionados à fala e a voz, um fonoaudiólogo pode ser consultado. O médico neurologista encaminha o paciente a um fonoaudiólogo e explica o problema.
Na nossa experiência, a fonoaudiologia ajuda muito, e sempre deve se encorajada.
Na fonoaudiologia há treino e fortalecimento da voz.
Lembrem-se: Os fonoaudiólogos são especificamente treinados para diagnosticar e tratar os distúrbios que envolvem a fala, linguagem e deglutição.
A intervenção deste profissional irá ajudá-lo a:
- Manter habilidades de comunicação dentro das possibilidades;
- Desenvolver técnicas para economizar energia, incluindo o uso de habilidades de comunicação não verbal;
- Utilizar técnicas de assistência que melhorem sua comunicação;
- Realizar exercícios de fortalecimento muscular e movimentos que otimizem a fala e comunicação.
Além de fonoaudiologia, os remédios também ajudam na fala, portanto a otimização dos remédios que repõem a dopamina são cruciais.
Finalmente, para os pacientes com muita saliva que atrapalham a voz, há terapias específicas, discutidas aqui.
Está em busca de uma avaliação neurológica? Conheça o Dr. Rubens Cury!
Agora você já sabe mais sobre os distúrbios da fala na doença de Parkinson.
Caso você esteja buscando um profissional que faça uma avaliação neurológica completa e indique tratamentos para distúrbios como estes, conheça o Dr. Rubens Cury.
Ele é médico especialista em Neurologia e atua especificamente com Distúrbios do Movimento, como a doença de Parkinson. Ele tem Doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445