Apneia obstrutiva do sono na doença de Parkinson

Postado em: 28/08/2023

O Parkinson é uma doença neurológica crônica e progressiva, caracterizada por sintomas motores e não motores, incluindo apneia obstrutiva do sono (AOS). O distúrbio é causado por repetidas pausas respiratórias ao longo da noite, que podem durar alguns segundos ou até mesmo minutos, sendo seguidas por despertares que prejudicam a qualidade do descanso.

A prevalência da apneia do sono em pessoas com Parkinson é alta, e seu impacto na qualidade de vida, no risco de acidentes e nas opções limitadas de tratamento ressalta a necessidade de um monitoramento vigilante e intervenções eficazes. A apneia obstrutiva do sono é observada em 20 a 70% dos pacientes com a doença de Parkinson, enquanto a população em geral apresenta uma prevalência menor, variando de 2 a 14%. 

Essas discrepâncias na frequência de ocorrências podem ser atribuídas a variações nas características demográficas, tamanhos de amostra com viés de seleção e diferenças nos sistemas de pontuação para eventos de apneia (obstrução total) e hipopneia (obstrução parcial) usados ​​em diferentes pesquisas.

Este estudo de revisão destaca a potencial patogênese da apneia do sono que pode se desenvolver com o Parkinson e fornece uma visão geral dos ensaios clínicos em andamento que investigam intervenções para tratar essa condição.

Diversos mecanismos têm sido relacionados ao desenvolvimento da AOS em pacientes com Parkinson, incluindo hipoxemia intermitente, fragmentação do sono, alterações no equilíbrio do sistema glinfático, obstrução das vias aéreas superiores e inflamação. Dado o impacto negativo da apneia do sono associada ao Parkinson, a adoção de medidas de intervenção precoce desempenha um papel crucial.  

É fundamental conduzir novos estudos e ensaios clínicos para compreender a patogênese e criar intervenções eficazes para a apneia obstrutiva do sono em pessoas com Parkinson. Essas iniciativas têm como objetivo retardar a evolução da doença de Parkinson, aprimorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir o impacto sobre a sociedade e as famílias.

Afinal, o que é doença de Parkinson?

A doença de Parkinson ocorre pela degeneração lenta e progressiva de células cerebrais que produzem dopamina, substância que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) no corpo, o que prejudica os movimentos corporais.

Essa condição neurológica acomete milhões de homens e mulheres em todo o mundo, geralmente na faixa etária de 50 a 65 anos. Embora menos comum, cerca de 15% dos casos são diagnosticados antes dos 50 anos.

Os principais sintomas são:

  • A redução da dopamina leva à lentidão dos movimentos, como andar, se vestir, tomar banho e abotoar uma camisa.
  • A lentidão surge devagar e vai piorando progressivamente se não for tratada.
  • O tremor é presente em 75% das pessoas com Parkinson, em geral quando o braço está parado (tremor de repouso).
  • Outros sinais incluem dor, rigidez muscular, desequilíbrio, postura curvada, redução no tamanho da caligrafia, perda do olfato, voz baixa, depressão, problemas oculares (visão turva), problemas intestinais (incluindo prisão de ventre) e distúrbios do sono.

Opções de tratamento

Embora não haja cura para o Parkinson, existem tratamentos eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes ao longo de muitos anos. 

As abordagens terapêuticas abrangem uma variedade de métodos, desde o uso contínuo de medicamentos para restaurar os níveis de dopamina até a aplicação de toxina botulínica. Além disso, intervenções complementares, como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e suporte psicológico, desempenham um papel fundamental na gestão dos sintomas.

Em situações em que os resultados dessas terapias são limitados, a Estimulação Cerebral Profunda é uma alternativa cirúrgica que pode ser considerada.


Se você ou um ente querido está enfrentando a doença de Parkinson, não hesite em procurar o neurologista Dr. Rubens Cury, especialista em Parkinson, Tremor Essencial, Distonia e Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Agende agora uma consulta para explorar as melhores opções de cuidado e melhorar a qualidade de vida.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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Dr. Rubens Cury Neurologista
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