Retirada de ovários aumenta o risco de Parkinson? Entenda

Postado em: 19/04/2023

Mulheres que tiveram ambos os ovários removidos antes da menopausa tiveram um risco aumentado de desenvolver a doença de Parkinson anos depois, é o que mostra um novo estudo feito por cientistas de Minnesota. 

Segundo o artigo realizado por pesquisadores norte-americanos, a retirada dos ovários de pacientes com menos de 43 anos pode estar associada ao maior risco de desenvolvimento da doença de Parkinson. A pesquisa se baseou nas informações 2.750 mulheres submetidas à retirada do órgão responsável por produzir os óvulos por condições benignas, como cistos e endometriose, e outras 2.749 que não passaram pelo procedimento.

A cada 48 mulheres com menos de 43 anos que realizaram ooforectomia bilateral profilática (nome dado ao procedimento cirúrgico), uma teve a doença de Parkinson, que é caracterizada por causar rigidez muscular, tremores, dificuldade de movimentação e equilíbrio.

Os especialistas afirmam que os resultados não provam uma relação de causalidade, ou seja, a cirurgia não causa Parkinson. O estudo, no entanto, reforça pesquisas anteriores que mostram que a perda precoce de estrogênio pode contribuir com o avanço da enfermidade em algumas mulheres.

O Parkinson é duas vezes mais comum em homens do que em mulheres. Isso sugere que pode haver um efeito protetor do estrogênio nas células produtoras de dopamina. Sendo os ovários a principal fonte do hormônio feminino, se ambos forem retirados, antes da menopausa, há uma queda abrupta do estrogênio, e isso pode significar uma perda dos efeitos protetores do hormônio no cérebro.

Para a pesquisa, os cientistas usaram registros de saúde de cerca de 5.500 mulheres de Minnesota, metade das quais havia sido submetida a uma ooforectomia bilateral, entre 1950 e 2007. A outra metade não havia feito o procedimento e foram pareadas por idade para mulheres no grupo de cirurgia.

A equipe de pesquisadores descobriu que 1% de todas as mulheres no estudo desenvolveram a doença de Parkinson, enquanto outros 1,5% foram diagnosticados com parkinsonismo, condição em que as pessoas têm alguns dos sintomas observados no Parkinson, mas as causas subjacentes variam. Entre as 2.750 mulheres que tiveram seus dois ovários removidos, 32 tiveram Parkinson, contra 21 no grupo de comparação. Enquanto 50 tiveram parkinsonismo, contra 32.

Ao analisar mais profundamente, os cientistas descobriram que a idade das mulheres também tinha associação com a doença. As participantes que tiveram seus ovários removidos antes dos 43 anos tinham cinco vezes mais chances do que outras mulheres de sua idade de serem diagnosticadas com a doença de Parkinson. A remoção bilateral do ovário em uma idade mais avançada não foi associada a um risco aumentado.

Apesar de ser necessário outros estudos mais aprofundados que ratificam os resultados, os cientistas aconselham mulheres mais jovens a somente retirar os ovários em casos extremos, quando, por exemplo, eles possam representar um perigo à saúde da mulher, ou quando carregam mutações genéticas que aumentam substancialmente o risco de câncer de ovário.

Parkinson

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.

Ela é uma doença neurológica que afeta os movimentos do paciente. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita. A doença de Parkinson ocorre por causa da degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra e destrói ou desativa as células que produzem dopamina, uma substância química que ajuda a regular o movimento e as respostas emocionais.

A retirada de ovários pode aumentar o risco de Parkinson, mas não é a única causa do distúrbio. Existem muitos outros fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Se você passou pela retirada dos ovários e está preocupada com o risco de Parkinson, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Rubens Cury, especialista em Parkinson e cirurgia DBS há mais de 10 anos!

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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Dr. Rubens Cury Neurologista
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