Relógio usa Inteligência Artificial para auxiliar no diagnóstico precoce de Parkinson

Postado em: 10/07/2023

Os smartwatches estão em alta na área de saúde, com recursos crescentes como monitoramento cardíaco, detecção de quedas e até glicemia. Agora, cientistas da Cardiff University, no Reino Unido, descobriram sua capacidade única em prever casos da doença de Parkinson até sete anos antes do diagnóstico, com a ajuda da Inteligência Artificial (IA). No entanto, o uso do dispositivo para esta finalidade deve ser feito com acompanhamento médico, em ambientes de pesquisa. Essa descoberta promissora abre novos horizontes no diagnóstico precoce da doença. 

A chave para o uso do smartwatch no diagnóstico do Parkinson está em seu acelerômetro, um sensor de movimento que permite detectar o nível de aceleração do dispositivo e, consequentemente, do usuário que o utiliza no pulso. Essa informação sobre o padrão de movimento de um paciente é fundamental para rastrear a doença, uma vez que ela está ligada à deterioração da coordenação motora.

“Sabemos que, conforme a doença de Parkinson se desenvolve, há mudanças na velocidade do movimento. Por isso, investigamos se a acelerometria poderia funcionar como um marcador prodrômico [que antecede os primeiros sintomas] para a patologia e, finalmente, permitir o diagnóstico precoce”, afirma Kathryn Peall, uma das autoras do estudo, em nota.

Smartwatch detecta sinais precoces de Parkinson

Um estudo britânico publicado na revista científica Nature Medicine utilizou Inteligência Artificial para analisar dados de mais de 100 mil voluntários que utilizaram smartwatches entre os anos de 2013 e 2016. Os participantes, com idades entre 40 e 69 anos, usaram o dispositivo por pelo menos uma semana. Em seguida, um modelo de IA comparou os dados com informações de indivíduos diagnosticados com Parkinson.

A ferramenta identificou, com sucesso, a maioria dos possíveis casos da doença. “Nossos resultados mostraram que uma redução pré-diagnóstico na taxa de aceleração foi exclusiva da doença de Parkinson e não foi observada em nenhum

outro distúrbio que examinamos”, acrescenta Cynthia Sandor, outra pesquisadora do estudo, sobre a descoberta.

Novas pesquisas sobre Parkinson

Apesar do sucesso alcançado pelo experimento, a estratégia ainda não está pronta para ser implementada em larga escala. Os autores ressaltam a necessidade de aprimorar a precisão, dado que um diagnóstico positivo para a doença neurológica pode ter consequências significativas na vida do indivíduo. Além disso, a estratégia precisa ser testada também em populações diferentes, fora do Reino Unido.

Mesmo que, de modo preliminar, a possibilidade de um diagnóstico simplificado e feito com antecedência de anos para o Parkinson é bastante promissor. Outros pesquisadores testam a IA na detecção da doença através da respiração. Hoje, a maioria dos quadros são identificados quando o Parkinson está avançado, marcado por tremores, lentidão dos movimentos e mudanças no caminhar praticamente irreversíveis. Neste estágio, a ciência oferece poucas opções de tratamento.

Tratamentos disponíveis para Parkinson

Há diversos tratamentos disponíveis para a doença de Parkinson. O mais comum é a utilização de medicamentos que visam aumentar a dopamina no cérebro, reduzir sua degradação ou adicionar uma forma modificada de dopamina no paciente. Essa abordagem terapêutica pode ser empregada isoladamente ou combinada com outras estratégias.

Nos estágios iniciais da doença, é comum prescrever uma medicação e, com o tempo, pode ser necessário aumentar a dosagem ou adicionar outros fármacos para controlar melhor os sintomas do Parkinson. 

Outra opção é a Estimulação Cerebral Profunda (DBS), na qual são implantados eletrodos no cérebro, similar a um marca-passo cerebral. Esse procedimento cirúrgico pode reduzir a necessidade de medicamentos e, consequentemente, minimizar os efeitos colaterais associados a eles. A escolha do tratamento mais adequado dependerá da gravidade dos sintomas e da resposta individual de cada paciente ao tratamento medicamentoso.

Você ou alguém que conhece precisa de ajuda para um diagnóstico ou tratamento de Parkinson? O Dr. Rubens Cury é médico neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia e Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Possui doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo, pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França e é Professor Livre-Docente pela USP. Agende sua consulta!

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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