Crianças com pesadelos frequentes têm maior risco de Parkinson?

Postado em: 03/04/2023

Pesadelos frequentes em crianças podem ser uma preocupação para os pais e cuidadores, pois podem afetar a qualidade de vida do pequeno e, em alguns casos, indicar problemas emocionais subjacentes. No conteúdo de hoje você vai descobrir se a frequência dos pesadelos pode favorecer a doença de Parkinson. Tenha uma boa leitura!

Quais são as possíveis causas de pesadelos frequentes em crianças?

Os pesadelos frequentes em crianças podem ter várias causas, algumas das quais incluem:

  • Estresse: As crianças podem estar passando por uma mudança significativa em suas vidas, como a separação dos pais, a mudança de escola ou a morte de um ente querido, e isso pode desencadear pesadelos;
  • Ansiedade: Crianças que têm ansiedade podem ser mais propensas a pesadelos, especialmente se elas têm medo do escuro, dos monstros ou de situações específicas;
  • Alimentação: Alimentos pesados ou picantes, especialmente se consumidos antes de dormir, podem causar pesadelos;
  • Problemas de sono: Crianças que não dormem o suficiente ou têm um sono agitado podem ter mais pesadelos.

Os pesadelos frequentes podem ter efeitos negativos na saúde da criança, incluindo:

  • Ansiedade e medo: Crianças que têm pesadelos frequentes podem ficar ansiosas e com medo de dormir, o que pode afetar sua qualidade de vida geral;
  • Distúrbios do sono: Pesadelos frequentes podem afetar a qualidade do sono da criança, o que pode levar a problemas de saúde, como fadiga, falta de atenção e mau humor;
  • Desenvolvimento emocional: Os pesadelos podem afetar negativamente o desenvolvimento emocional da criança, causando sentimentos de ansiedade e medo;
  • Pesadelos recorrentes: Se os pesadelos forem frequentes e não tratados, eles podem se tornar um problema crônico, levando a problemas emocionais e de saúde mental.

Para evitar os riscos à saúde associados aos pesadelos frequentes, é importante que os pais ajudem as crianças a desenvolver hábitos saudáveis de sono, fornecendo um ambiente tranquilo e confortável para dormir e encorajando o pequeno a falar sobre seus medos e preocupações. Se os pesadelos persistirem, é importante procurar ajuda de um profissional de saúde mental.

A alta frequência de pesadelos pode favorecer a doença de Parkinson?

Ainda não há comprovação definitiva de que os pesadelos frequentes na infância tenham relação com o desenvolvimento de Parkinson. No entanto, um estudo publicado na revista eClinicalMedicine, feito pelo neurologista britânico Abidemi I. Otaiku, da Universidade de Birmingham, demonstrou que crianças com sonhos angustiantes persistentes tiveram um risco 85% maior de desenvolver comprometimento cognitivo dessa doença.

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente pessoas idosas e é caracterizada por sintomas motores, como tremores, rigidez muscular e dificuldade de movimento. A sua causa exata ainda é desconhecida, mas envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Embora a doença possa ter algumas manifestações comportamentais e cognitivas, como distúrbios do sono, alucinações e delírios, estes sintomas são geralmente associados a pessoas que já estão diagnosticadas. 

O estudo de Otaiku ainda é preliminar, mas reforça a importância de cuidar da qualidade do sono dos pequenos e ter atenção aos pesadelos frequentes (que devem ser discutidos com o pediatra). 

Reforço novamente que esse é um estudo de associação, e não quer dizer que quem tem pesadelos terá Parkinson. Há também estudos em adultos mostrando que pesadelos vívidos estão mais associados a uma chance de ter Parkinson, mas obviamente não quer dizer que quem tem sonhos vívidos terá Parkinson. 

Artigo escrito pelo Dr. Rubens Gisbert Cury

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo, Pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França, e Professor Livre-Docente pela USP.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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