Os cuidados de uma pessoa com Parkinson vão muito além dos remédios

Uma pessoa com a Doença de Parkinson requer atenção e cuidado contínuos. Desde o início dos sintomas, é essencial focar em diversos aspectos que desempenham um papel fundamental na busca por melhor qualidade de vida para o paciente. 

Aspectos como alimentação saudável, prática regular de exercícios aeróbicos e uso de medicações que aumentem os níveis de dopamina (substância deficiente em indivíduos com Parkinson), são elementos-chave na abordagem da enfermidade. 

Pouco se discute sobre o papel do cuidador de uma pessoa que tem Parkinson: qual é a importância dele nos cuidados integrais desse indivíduo? Será que o estado emocional desse cuidador possui a capacidade de exercer alguma influência sobre a evolução da doença?

Recentemente, um estudo publicado na revista JAMA, intitulado Associação do Risco de Depressão do Cuidador com os Resultados do Paciente na Doença de Parkinson, trouxe à luz questões relacionadas a esse tópico. 

Descubra o cuidado essencial para o Parkinson neste vídeo especial com o Dr. Rubens Cury.

Sobrecarga do cuidador na doença de Parkinson

Os cuidadores desempenham um papel essencial no apoio às pessoas com a doença de Parkinson (DP), atendendo às necessidades físicas e emocionais. Sua presença traz vantagens como consultas médicas mais esclarecedoras, adiando a possível mudança para lares de idosos e reduzindo os custos de assistência médica.

No entanto, assumir o papel de cuidador pode ter efeitos negativos na qualidade de vida devido ao esforço físico, financeiro e emocional exigido. Pesquisas mostram que essa carga está ligada a sintomas motores mais graves, dificuldades cognitivas, problemas de sono e desafios nas relações com as pessoas que têm Parkinson.

No entanto, ainda sabemos pouco sobre como essa sobrecarga afeta o progresso dos pacientes com DP, o que impede a identificação de fatores que poderiam ser mudados para melhorar os resultados. Este estudo tem como objetivo investigar como a sobrecarga dos cuidadores se relaciona com o bem-estar dos pacientes a longo prazo.

A suposição é que cuidadores que apresentem sintomas mais graves de depressão possam estar ligados a uma qualidade de vida pior dos pacientes e a um aumento na utilização de serviços de saúde.

A investigação e suas conclusões

Conduzido pelos médicos Rudmila Rashid, Whitley W. Aamodt, Sarah Horn e Nabila Dahodwala, o estudo trouxe resultados importantes acerca da influência dos sintomas de depressão no cuidador nos desdobramentos que envolvem o paciente que lida com a doença de Parkinson.

Indagação fundamental

A pergunta que orientou esta pesquisa foi: qual é a conexão entre os sintomas depressivos relatados pelo cuidador e os resultados clínicos do paciente com Parkinson?

Resultados do estudo

Os resultados revelados neste estudo de coorte, que incluiu 454 duplas de pacientes e cuidadores atendidos nos Centros de Excelência da Fundação Parkinson, foram surpreendentes. Pacientes cujos cuidadores relataram sintomas mais acentuados de depressão demonstraram clara tendência a ter uma qualidade de vida relacionada à saúde prejudicada e a recorrer com maior frequência aos serviços de emergência, embora não tenham apresentado aumento substancial nas hospitalizações.

Implicações dos achados

Esses achados indicam a necessidade de disponibilizar recursos adicionais e implementar intervenções voltadas para a redução dos sintomas depressivos nos cuidadores. Essa abordagem, sem dúvida, pode desempenhar um papel fundamental na melhoria de resultados clínicos e qualidade de vida dos pacientes afetados pela doença de Parkinson.

Conclusão

Em síntese, o cuidado de uma pessoa com a doença de Parkinson transcende em muito a mera administração de medicamentos. O papel do cuidador é de extrema importância, e o seu bem-estar emocional pode influenciar a trajetória do paciente. O estudo divulgado na JAMA enfatiza a necessidade de abordar os sintomas depressivos dos cuidadores, destacando seu papel vital na melhoria dos resultados clínicos no Parkinson. Portanto, é imperativo que os pacientes, cuidadores e profissionais de saúde colaborem para promover o bem-estar global daqueles que enfrentam essa complexa condição neurológica.

Para diagnóstico e tratamento da doença de Parkinson e outras condições neurológicas, consulte o Dr. Rubens Cury, médico neurologista especialista em Parkinson, Tremor Essencial, Distonia e Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Possui doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França. Agende hoje mesmo a sua consulta!

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