Dançar melhora os sintomas da doença de Parkinson

Postado em: 04/08/2021

A dança ajuda a reduzir a progressão dos sintomas da doença de Parkinson e melhora a qualidade de vida dos pacientes, mostrou um novo estudo. 

Ao longo de 3 anos, a prática semanal de aulas de dança reduziu o declínio esperado na função motora e melhorou significativamente a fala, tremores, equilíbrio e rigidez dos pacientes, segundo pesquisadoras da Universidade de Toronto no Canadá.

Nos pacientes com Parkinson que praticaram a dança de forma regular, o estudo também mostrou benefícios em relação à cognição (memória), depressão e ansiedade.

O estudo incluiu 32 participantes com doença de Parkinson, que foram avaliados periodicamente ao longo de 3 anos. O grupo de pacientes que praticava dança regularmente mostrou-se estar melhor dos sintomas da doença ao final do estudo.

 Em contrapartida, o grupo de pacientes sedentários teve piora dos sintomas ao longo do tempo comparado com o grupo que praticava dança.

Estudos anteriores já tinham observado os efeitos positivos da dança na doença de Parkinson em relação à velocidade da marcha, equilíbrio e locomoção. Para investigar mais a fundo, as pesquisadoras canadenses matricularam os pacientes com Parkinson na Escola Nacional de Ballet do Canadá. 

Os exercícios, de forma geral, englobavam movimentos aeróbicos e anaeróbicos e envolviam um aquecimento e alongamento iniciais, seguidos de trabalho com barra, e finalmente com movimentos pelo chão. Todos os participantes aprendiam determinadas coreografias durante as sessões.

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Mecanismo de melhora da dança na doença de Parkinson – Plasticidade Cerebral

Embora o mecanismo de benefício da dança não seja claro, a sua prática pode ajudar a “treinar” redes de neurônios que estão danificados na doença de Parkinson, ajudando a fortalecer as conexões cerebrais. 

É o que chamamos de plasticidade cerebral

Isso ocorre com a prática de outras atividades físicas. A mensagem principal é: o paciente com Parkinson precisa encarar a atividade física como parte do tratamento. Para aqueles que não tem hábito de atividade física, a dança, por envolver diversos movimentos, vem se mostrando uma terapia promissora. 

Sempre vale lembrar que são tratamentos combinados ao uso adequado das medicações para aumentar a dopamina, discutido previamente.

A dança, assim como outras atividades aeróbicas como caminhar, andar de bicicleta (ao ar livre ou ergométrica), natação ajudam a melhorar a função motora de pacientes com Parkinson, e isso foi mostrado em diversas pesquisas. É importante manter uma regularidade de pelo menos 3 vezes na semana. Além de melhorar os sintomas motores (lentidão, tremor e rigidez) da doença de Parkinson, a prática de atividade física melhora o sono, a disposição dos pacientes e qualidade de vida dos pacientes.

Fonte: Parkinson’s Disease Motor Symptom Progression Slowed with Multisensory Dance Learning over 3-Years: A Preliminary Longitudinal Investigation. Karolina A. Bearss and Joseph F. X. DeSouza. Brain Sci. 2021.

Artigo escrito pelo Dr. Rubens Gisbert Cury

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation).

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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