Como inicia o Parkinson?

Postado em: 18/11/2021

Cerca de 2% das pessoas acima de 55 anos irão desenvolver a doença de Parkinson segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Sabemos que atualmente há um aumento no número de casos, inclusive em uma população mais jovem, com menos de 40 anos de idade. 

Quais os sinais clássicos da doença?

Os sintomas mais comuns e conhecidos da doença são:

  • Tremor de repouso: em geral na mão, quando o braço está parado e relaxado;
  • Rigidez muscular: em especial nas articulações do braço, perna e pescoço;
  • Bradicinesia ou lentidão dos movimentos;
  • Dificuldade para andar e desequilíbrio;
  • Alteração da fala (fica mais baixa) e da escrita (a letra fica menor à medida que a pessoa escreve). 
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No entanto, a doença se inicia muito antes de os sintomas acima se manifestarem. 

Os sintomas prodrômicos da doença de Parkinson?

Chamamos de sintomas prodrômicos os sintomas que aparecem antes de a pessoa ser diagnosticada de fato com Parkinson. Eles podem surgir 5, 10, 15 anos de a pessoa procurar o médico! Isso porque no geral os sintomas são sutis, inespecíficos, e não comprometem a qualidade de vida do indivíduo.

Há em especial 4 sintomas que podem surgir antes de a doença ser diagnosticada:

  1. Perda ou redução do olfato: a pessoa refere que não sente direito o cheiro dos perfumes, do café, ou mesmo o cheiro ruim de um lixo por exemplo.
  2. Constipação/prisão de ventre;
  3. Distúrbio Comportamental do sono REM: Muitas pessoas apresentam sonhos vívidos, podendo gritar à noite, mexer os braços e as pernas, inclusive dando socos e chutes; isso chamamos de Distúrbio Comportamental do Sono REM. Sono REM é justamente a fase do nosso sono em que sonhamos. Uma pessoa sem Parkinson, nesse momento do sonho, fica parada, imóvel, dormindo. Na pessoa com Parkinson, há uma alteração nas células que deixam nós imóveis durante o sonho, e assim a pessoa vivencia o sonho.
  4. Depressão.

Além desses sintomas descritos, a pessoa pode ter uma leve dificuldade na escrita (a letra fica pequena), ter redução do balanço dos braços ao andar e ter dor no ombro. Somente quando a doença está mais evidente é que a pessoa geralmente procura um neurologista.

E por que é importante saber os sintomas prodrômicos da doença de Parkinson?

Por 2 motivos:

  1. Quando estamos diante de um paciente com possível diagnóstico de Parkinson, a presença desses sintomas pode ajudar a fechar o diagnóstico. Nem sempre é fácil o diagnóstico, e a presença dos sintomas prodrômicos pode ser muito útil. Costumamos dizer que o diagnóstico do Parkinson é um quebra cabeça, que o neurologista junta peças para chegar a uma conclusão final.
  2. Se no futuro tivermos terapias neuroprotetoras, ou seja, que retardam a evolução da doença, será fundamental fazer o diagnóstico precoce, bem no início, e os sintomas prodrômicos serão essenciais.

Artigo escrito pelo Dr. Rubens Gisbert Cury

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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