Como a alimentação pode influenciar os sintomas do Parkinson
Postado em: 01/12/2023
Em busca da neuroproteção, um processo vital para a saúde cerebral, vários grupos alimentares foram explorados por seu potencial benéfico. Embora ainda não haja evidências específicas para a doença de Parkinson (DP), esses alimentos desempenham um papel crucial em uma dieta saudável.
Nozes: são ricas em ômega 3 e minerais, associados a um menor risco de demência. Recomenda-se consumir de cinco a dez por dia.
Pistache: com vitamina K e antioxidantes, o pistache ajuda a restabelecer conexões neurais. Além disso, contêm uma pequena quantidade de lítio, promovendo o humor. Consuma duas ou três vezes por semana.
Nozes de macadâmia: os óleos dessas nozes impulsionam a produção de neurotransmissores, facilitando a comunicação entre as células cerebrais. Coma moderadamente para beneficiar sua saúde cerebral.
Cajus: ricos em ferro, zinco e magnésio, os cajus podem aumentar a serotonina, ligada ao bom humor, e reduzir a perda de memória.
Amêndoas: apesar de terem pouco impacto na saúde cerebral, as amêndoas contêm fibras, úteis para aliviar a constipação, um sintoma comum no Parkinson.
Castanha-do-pará: possuem selênio, um mineral que potencialmente neutraliza toxinas ambientais. Não ultrapasse uma ou duas por dia.
Cúrcuma: que ajuda a melhorar a capacidade cognitiva, além de prevenir doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer ou demência.
Canela do Ceilão: estudos com animais mostram que a canela do Ceilão pode normalizar níveis de neurotransmissores. Prefira a variedade cultivada no Sri Lanka e orgânica.
Alimentos para aliviar sintomas da doença de Parkinson
Ajustes nutricionais podem proporcionar alívio para alguns dos sintomas mais comuns da doença de Parkinson (DP), abrangendo aspectos motores e não motores. Se enfrentar dificuldades digestivas, especialmente prisão de ventre, uma ocorrência frequente no Parkinson, considere aumentar a ingestão de líquidos e incorporar fibras provenientes de frutas e vegetais como kiwi, maçã, ameixa, figo, rabanete, frutas vermelhas, nozes e feijões. Suplementos probióticos, como Bifidobacterium (B. breve, B. adolentis e B. infantis), que promovem bactérias benéficas no intestino, também podem ser benéficos.
Se um aumento na ingestão de água resultar em incontinência ou urgência urinária, prefira alimentos com alto teor de água, como tomate, pepino, rabanete e brócolis. Caso esteja lidando com perda de peso ou apetite, considere aumentar a ingestão de calorias por meio de nozes e alimentos ricos em gorduras saudáveis, como coco e abacate. Para estimular o apetite, experimente verduras, como couve e beterraba, ou alimentos picantes. A prática regular de exercícios pode contribuir para o aumento da massa muscular e do apetite.
Fadiga e dificuldades para dormir são sintomas comuns da DP, e o açúcar pode ser um vilão nesses casos. Evite doces, especialmente à noite, pois, embora proporcionem uma energia momentânea, podem resultar em sonolência posterior. Limite o consumo de açúcar para controlar os níveis de glicose no sangue, contribuindo para a redução da inflamação. Ao fazer lanches, opte por alimentos equilibrados em proteínas e gorduras, como nozes ou abacate, ou carboidratos complexos integrais, como arroz integral e quinoa.
Como os alimentos afetam a medicação para doença de Parkinson
Outro benefício das mudanças na dieta pode ser a melhoria na eficácia das medicações para o Parkinson. Tomar medicamentos durante as refeições pode afetar a rapidez com que são absorvidos pelo sistema e a taxa com que o corpo os utiliza ou metaboliza. Se estiver utilizando carbidopa/levodopa para controlar os sintomas da DP, pode perceber que alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, ovos ou laticínios, ou alimentos ricos em gordura, prolongam o tempo que leva para o medicamento fazer efeito ou tornam o medicamento menos eficaz.
Converse com seu médico neurologista sobre a possibilidade de tomar levodopa 30-60 minutos antes de uma refeição ou 1-2 horas após o término de uma refeição. Esteja ciente de que lanches com alto teor de proteína e gordura também podem interferir na absorção da levodopa. Seu médico ou nutricionista pode fornecer orientações sobre como planejar a ingestão de proteínas para evitar interferências com a levodopa.
Se você enfrenta desafios relacionados à doença de Parkinson ou busca orientações personalizadas sobre dieta e medicação, agende uma consulta com o Dr. Rubens Cury. Ele está pronto para oferecer assistência especializada e ajudá-lo no caminho para uma melhor qualidade de vida.
O Dr. Rubens é especialista em Parkinson, Tremor Essencial, Distonia e Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Possui doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445