A doença de Parkinson tem cura?
Postado em: 13/10/2021
O que você sabe sobre a doença de Parkinson?
Esta é uma doença no geral temida, e precisamos veicular informações confiáveis.
Por exemplo, você sabe se esta doença tem cura?
Pois é isso que vamos tratar neste texto, te explicando sobre os possíveis tratamentos para Doença de Parkinson, que hoje tem prevalência de 3% no Brasil em pessoas acima dos 65 anos. Estima-se que em termos absolutos 650 mil pessoas no Brasil tenham Parkinson, e 7 milhões de pessoas no mundo.
Vamos lá?
É possível uma cura para a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson tem sua maior incidência em pessoas acima dos 60 anos, ainda que este quadro clínico tenha surgido também em pessoas jovens.
Este é um distúrbio neurológico do movimento e progressivo, embora com o tratamento adequado podemos controlar os sintomas.
Seu diagnóstico é feito a partir de sintomas clínicos, especialmente:
- Rigidez muscular;
- Tremor de repouso;
- Bradicinesia;
A rigidez é outra anormalidade motora presente em pacientes com Parkinson. Tratase de uma resistência maior quando movimentamos a articulação dos membros; por exemplo, há maior rigidez na articulação do cotovelo, punho, pescoço e joelho. Essa rigidez faz com que o braço do paciente fique mais flexionado, assim como a postura. De forma característica, o paciente com Parkinson tem o tronco flexionado para frente.
O tremor parkinsoniano é clinicamente descrito como sendo de repouso (com o braço parado em cima da mesa, ou no braço da cadeira, ou em repouso sobre a coxa), exacerbandose durante a marcha, no esforço mental e em situações de tensão emocional. Geralmente ele diminui com a movimentação voluntária do segmento afetado e desaparece com o sono. O tremor é o sintoma mais conhecido na doença de Parkinson. Ele costuma acometer a mão, e é chamado “tremor em contar moedas”.
A bradicinesia é um distúrbio caracterizado por lentidão dos movimentos na iniciação e execução de atos motores voluntários e automáticos. No geral, o paciente ou a família nota que os movimentos gerais estão mais devagar no dia a dia da pessoa. Isso ocorre de forma progressiva, ao longo dos meses, e é quando a pessoa procura um médico neurologista para avaliação. Outras alterações motoras associadas à bradicinesia são pobreza de movimentos manifestada por redução da expressão facial (hipomimia), diminuição da expressão gestual corporal e redução do balanço do braço durante a marcha (“marcha em bloco”).
A bradicinesia compromente as atividades básicas da vida diária, como andar, falar (a voz fica mais baixa), alimentar, vestir e realizar a higiene corporal. A escrita, ou a letra do paciente tende a ficar menor e menos legível. Alguns pacientes referem que o cheque voltou do banco pois a assinatura estava diferente.
Como ela é causada?
A doença de Parkinson é causada pela redução da produção de dopamina em uma parte do cérebro chamada de substância nigra.
Ao passo que os neurônios perdem capacidade de produzir dopamina na substância nigra, os sintomas podem ir piorando.
A dopamina é um neurotransmissor que permite que as células de controle do movimento se comuniquem.
Portanto, os baixos níveis de dopamina levam aos sintomas da doença de Parkinson.
Os tratamentos ajudam a aumentar a quantidade de dopamina no cérebro, porém não reduzem a progressão em si da perda de produção de dopamina.
Em outras palavras: a produção de dopamina continua reduzindo ao longo do tempo, e o objetivo do tratamento é repor. Portanto, a doença não tem cura.
Com o avanço da tecnologia e da medicina, hoje existem uma série de tratamentos que possuem como objetivo o alívio dos sintomas e melhora na qualidade de vida do paciente.
E valeu lembrar: as pesquisas avançam em todo o mundo, e novas terapias devem surgir nos próximos anos. Precisamos ser otimistas.
Quais os tratamentos para doença de Parkinson?
Ainda que não se tenha cura, existem várias opções de tratamento, incluindo o uso de medicamentos, reabilitação e realização de cirurgias.
O tratamento da doença de Parkinson é multidisciplinar, e envolve a participação do neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. O tratamento medicamentoso é sintomático, ou seja, não há cura para a doença, mas melhora dos sintomas com as medicações.
As medicações visam aumentar a dopamina no cérebro, o que acarreta a melhora dos sintomas. A levodopa, sintetizada na década de 60, ainda é considerado o tratamento mais efetivo e globalmente utilizado no Parkinson. Além da levodopa, outras medicações são utilizadas. O objetivo sempre é o mesmo: aumentar a oferta dopaminérgica cerebral.
Além de medicamentos, há evidências de que a prática de atividade física pode ser protetora na doença de Parkinson. Isso quer dizer que quem faz atividade física, em especial atividade aeróbica, tem um curso melhor da doença. Recomendamos atividade física desde o início da doença. As recomendações atuais são discutidas aqui.
Estimulação cerebral profunda
A estimulação cerebral profunda é conhecida como marcapasso cerebral.
É um procedimento cirúrgico em que eletrodos são implantados em regiões específicas do encéfalo, conectados a um gerador.
É similar a um marcapasso e é chamado de neuroestimulador e atua estimulando regiões específicas do cérebro.
Ela pode ser muito eficaz em alguns casos, em especial para sintomas como lentidão, rigidez, movimentos involuntários (discinesias) e tremor.
Está em busca de um médico especialista em doença de Parkinson? Temos uma sugestão!
Agora você já sabe mais sobre as possibilidades de tratamento da doença de Parkinson, ainda que não tenha cura.
Caso você esteja em busca de um médico especialista em transtornos neurológicos do movimento, conheça o Dr. Rubens Cury!
Ele possui especialização nesta doença e no procedimento da Estimulação Cerebral Profunda pela Universidade de Grenoble, na França, onde também realizou seu pós-doutorado.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445