A doença de Parkinson pode afetar jovens?

Postado em: 05/04/2023

Por muito tempo, a doença de Parkinson foi considerada uma doença da terceira idade, que atinge apenas idosos. Quando o ator americano Michael J. Fox, 61 anos, contou ao público que era um parkinsoniano desde os 29, o mundo abriu os olhos para o Parkinson em jovens. Embora não seja o quadro mais comum, ele está aí. Saiba como a doença se apresenta em pessoas mais novas.

A doença de Parkinson é uma condição crônica e progressiva do cérebro. Ela é causada pela diminuição de dopamina, responsável por ajudar nos movimentos voluntários do corpo. Quando o neurotransmissor diminui, o paciente apresenta sintomas como lentidão motora, rigidez nas articulações, tremores e desequilíbrio.

Normalmente, a doença de Parkinson está associada a pacientes idosos, sendo que os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 1% da população mundial com mais de 65 anos apresenta o distúrbio. No entanto, a doença pode afetar também os mais jovens.

Em pacientes dos 40 aos 50 anos, a doença é mais rara, mas está presente em 0,05% da população. Já nos pacientes com menos de 40 anos, ela atinge apenas 0,005% desse grupo. Nos mais jovens, o Parkinson pode ser mais lento em seus sintomas, porém é importante procurar um especialista quando os seguintes sinais estiverem presentes:

  • Prisão de ventre progressiva;
  • Perda do olfato sem explicação;
  • Depressão de difícil tratamento;
  • Diminuição ou alterações na qualidade do sono;
  • Pouca expressão facial;
  • Escrita tremida e letras pequenas;
  • Dificuldade de reproduzir sua própria assinatura.

A forma como os jovens lidam com a doença também costuma ser diferente – tanto na família quanto no trabalho. Ser afetado por uma doença progressiva tão cedo na vida é um desafio não só fisicamente, mas também profissional e socialmente. Muitos pacientes escondem a doença dos amigos e colegas de trabalho.

O Parkinson de início precoce é hereditário?

Nada ainda é 100% comprovado. Evidências científicas comprovam que fatores ambientais, como o contato com químicos tóxicos, metais pesados e pesticidas, podem provocar a morte dos neurônios responsáveis pela produção da dopamina. O Parkinson em jovens está associado a diagnósticos na mesma família, a genética pode, sim, estar presente. Estudos mostram que algumas mutações genéticas podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver a doença de Parkinson.

Como é a progressão do Parkinson em jovens? 

Os sintomas da doença de Parkinson podem avançar mais devagar em pacientes jovens. A explicação para isso é simples. Além de não apresentar outros problemas de saúde, a maioria das pessoas com Parkinson de início precoce consegue obter mais resultados dos tratamentos complementares, como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Como o cérebro dos indivíduos mais novos também é jovem, ele tem maior capacidade de se adaptar às mudanças, ou seja, responde melhor aos tratamentos propostos.

Diagnóstico e tratamento da doença de Parkinson

O diagnóstico do Parkinson se baseia na análise das queixas do paciente e por exames neurológicos feitos pelo médico. Exames complementares, como tomografia cerebral e ressonância magnética, podem ser solicitados com o objetivo de excluir outras doenças neurológicas que afetam os movimentos.

Em situações clínicas em que o médico tenha dúvida sobre a natureza do tremor, geralmente devido à ausência de sinais típicos da doença de Parkinson, o especialista pode solicitar uma tomografia computadorizada por emissão de fóton-único (SPECT-Scan). Esse exame de imagem ajuda a quantificar a dopamina no cérebro, substância que se torna deficiente nas pessoas com doença de Parkinson.

A doença de Parkinson não tem cura, mas tem tratamento que ajuda o paciente a manter uma melhor qualidade de vida. A terapêutica inclui medicamentos, que devem ser tomados de forma contínua para repor a dopamina, até cuidados de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia. Em casos de pouca resposta a esses tratamentos, pode ser indicada uma cirurgia no cérebro que visa diminuir os movimentos musculares provocados pela doença

É importante estar ciente dos sintomas da doença e buscar tratamento precoce com um especialista em Parkinson, como o Dr. Rubens Cury. Com o cuidado adequado e um estilo de vida saudável, os pacientes jovens com Parkinson podem controlar os sintomas e levar uma vida plena. Agende sua consulta!

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445

Dr. Rubens Cury Neurologista
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