A demência na doença de Parkinson

Postado em: 08/03/2024

A Demência na Doença de Parkinson é um distúrbio cerebral que afeta algumas pessoas com a condição. Os danos às células cerebrais causados ​​pelo Parkinson podem levar à perda de memória e outras funções cognitivas, como velocidade de pensamento e capacidade de resolver problemas. Essas mudanças costumam impactar a vida diária, independência e relacionamentos dos pacientes.

Indivíduos que desenvolvem demência devido à doença de Parkinson geralmente passam pelo menos um ano, e frequentemente de 10 a 15 anos, entre o diagnóstico do distúrbio neurológico e o início da demência. Segundo estimativas da Associação de Alzheimer, mais de 50% das pessoas com Parkinson acabam desenvolvendo demência, sendo que vários fatores de risco influenciam a probabilidade de desenvolver sintomas:

  • Pacientes com Parkinson que apresentam alucinações, sonolência diurna excessiva e problemas graves de controle motor correm maior risco de demência.
  • A demência é mais comum em indivíduos mais velhos (com mais de 70 anos) no início do Parkinson.
  • É fator de risco em pessoas com Parkinson sem predominância de tremores.
  • Estresse intenso, doenças cardiovasculares e reações adversas à levodopa aumentam o risco de desenvolver demência. 
  • A demência é relativamente rara em quem desenvolve Parkinson antes dos 50 anos, independentemente do tempo de doença.

Mas atenção: não são todas as pessoas que desenvolvem demência! É variável. Há muitas pessoas com décadas com a doença sem demência.

Sinais e sintomas

Os indícios comuns da demência na doença de Parkinson incluem:

  • Memória e concentração deficientes.
  • Lentidão no pensamento.
  • Desorientação e confusão mental.
  • Delírios e paranoia.
  • Falta de motivação.
  • Dificuldades na interpretação de informações visuais e alucinações visuais.
  • Problemas com planejamento e tomada de decisão.
  • Distúrbios do humor, como irritabilidade, ansiedade e depressão.

Se você notar alguns dos sinais e sintomas acima, é importante consultar um neurologista para uma investigação aprofundada. No entanto, evite conclusões precipitadas. Pessoas com Parkinson frequentemente experimentam alterações cognitivas, como ansiedade, falta de motivação e lentidão de pensamento. Essas alterações não significam demência.

A demência é causada pelo Parkinson?

Sinais de que a demência pode ter origens além do Parkinson incluem agitação, delírios e problemas de linguagem. Se os sintomas cognitivos surgirem de repente, é mais provável que sejam causados por outros fatores que não a doença de Parkinson – como infecção, deficiência de vitamina B12 ou hipotireoidismo.

A depressão pode imitar a demência, provocando sintomas semelhantes, como apatia, problemas de memória e dificuldades de concentração. Como a depressão é muito comum em pacientes com Parkinson, é necessário reconhecer os sinais do transtorno em idosos.

Demência da doença de Parkinson vs. outras demências

Outros tipos de demência que podem ser comumente confundidos com demência de Parkinson incluem:

  • Demência por corpos de Lewy: é caracterizada por flutuações no estado de alerta e atenção, alucinações visuais recorrentes e sintomas motores parkinsonianos, como rigidez e perda de movimentos espontâneos. Neste distúrbio, os problemas cognitivos, como as alucinações, tendem a ocorrer muito mais cedo no curso da doença (dentro de um ano do início da doença de Parkinson) e muitas vezes precedem dificuldades de caminhada e controle motor.
  • Doença de Alzheimer e a doença de Parkinson: são condições comuns em idosos, especialmente naqueles com mais de 85 anos. Pacientes com Parkinson que desenvolvem demência podem até desenvolver demência de Alzheimer também. Portanto, é importante estar atento aos sinais da doença de Alzheimer e à forma como ela é tratada. Mas vale lembrar que sao condições diferentes. Quem tem Parkinson não tem chance maior de ter alzheimer!!!

As semelhanças nas manifestações entre a demência da doença de Parkinson, a demência com corpos de Lewy e a doença de Alzheimer podem dificultar a determinação da origem dos sintomas. Assim, pode ser necessária a obtenção de uma consulta completa com um neurologista especializado para fazer um diagnóstico definitivo e estabelecer um plano de tratamento personalizado. 

Para obter mais informações sobre demência na doença de Parkinson, agende uma consulta com o renomado neurologista Dr. Rubens Cury. Entre em contato agora mesmo para diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Dr. Rubens Cury
Neurologista especialista em Parkinson. Professor Livre-Docente da Universidade de São Paulo.

CRM-SP: 131.445
RQE: 64.840

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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Dr. Rubens Cury Neurologista
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