Exercícios ampliam longevidade em portadores de Parkinson

Postado em: 15/03/2022

Não é segredo que a prática de exercícios físicos contribuem para uma série de melhorias no sistema do corpo humano.

Além de ficarmos mais fortes, nos tornamos mais resistentes também!

O hábito de praticar exercícios físicos deve sempre ser acompanhado e indicado por profissional qualificado.

Esse acompanhamento ajudará na correta execução do exercício e prevenirá danos.

O exercício físico é também indicado para portadores de Parkinson?

Leia este texto para saber mais!

O que é a doença de Parkinson?

Trata-se de uma patologia neurológica que incide sobre os movimentos do indivíduo.

Nessa doença estão presentes desde tremores, movimentos lentos, rigidez dos músculos e alteração na articulação da fala e escrita.

A origem da doença de Parkinson está associada ao processo de degeneração das células que se localizam em uma área cerebral denominada de substância negra.

A função dessas células é a produção de dopamina que permite a condução de neurotransmissores ao corpo.

Quando a dopamina é diminuída ou ausente, há alterações nos movimentos.

Como é feito o diagnóstico?

A história clínica do paciente é fundamental para que o médico faça o diagnóstico da doença.

Além disso, pode-se realizar exames neurológicos.

Não existe, entretanto, nenhum teste que seja especificamente destinado para efetivar o diagnóstico ou que sirva para prevenir a doença.

Quais são os principais sintomas?

Bem, os sintomas são gradualmente aumentados.

Também se fazem presentes a lentidão dos movimentos.

Os indivíduos costumam apresentar um caminhar em que arrastam os pés e também postura inclinada com ênfase para frente.

Os tremores se fazem presentes nas mãos e dedos, mas também podem aparecer no queixo e nos pés.

Ademais, esses tremores podem, também, ocorrer dos dois lados do corpo, mas só aparecem durante a vigília, não durante o sono.

Demais sintomas são apresentados em alguns casos: tontura, alteração do sono, alterações respiratórias e na rotina urinária, rigidez muscular, problemas na fala e para engolir são exemplos.

Há cura?

Não. Infelizmente ainda não existe cura para a doença de Parkinson.

Os tratamentos são direcionados não somente para os sintomas, mas para retardar o avanço da doença.

Dentre as linhas de tratamento estão a fisioterapia, a terapia ocupacional, a fonoaudiologia e a prática de exercícios.

A ideia básica é a ampliação da longevidade das pessoas portadoras de Parkinson.

Exercícios e doença de Parkinson: quais as indicações?

É fundamental destacar que a frequência e quantidade de exercícios devem ser sempre acompanhados pelo profissional responsável.

Estudos indicam que pessoas que antes do diagnóstico eram ativas fisicamente, apresentaram redução nas taxas de mortalidade.

Os exercícios físicos aumentam a longevidade em portadores de Parkinson, porque:

  • Auxiliam na redução da fadiga e cansaço crônico;
  • Melhoram, significativamente, a capacidade cardiovascular;
  • Possibilitam o fortalecimento muscular;
  • Contribuem para o aumento da flexibilidade;

Quais exercícios podem ser feitos?

Abaixo vamos listar os principais tipos de exercícios:

1. Atividade Aeróbica

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FREQUÊNCIA: 30 minutos de atividade com intensidade moderada. Pelo menos 3 dias por semana. A intensidade pode variar de paciente para paciente; idealmente, deve-se consulta sempre seu cardiologista periodicamente.

TIPO: Atividades como caminhada rápida, corrida, bicicleta, natação ou aula de aeróbica.

CONSIDERAÇÕES: Devemos ficar atentos para questões de segurança devido ao risco de congelamento da marcha que pode ocorrer em alguns pacientes, desequilíbrio, assim como pressão arterial baixa. Pode ser necessária supervisão por um educador físico ou fisioterapeuta.

2. Treino de Força

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FREQUÊNCIA: 2 a 3 dias não consecutivos por semana. Cerca de 30 minutos cada sessão. São fortalecidos os principais grupos musculares. Objetivo: treino de resistência, fortalecimento articular e redução do risco de artrose.

TIPO: Principais grupos de músculos dos membros superiores e inferiores com o uso de aparelhos de musculação, bandas de resistência, pesos leves a moderados ou mesmo peso corporal.

CONSIDERAÇÕES: Rigidez muscular ou instabilidade postural podem prejudicar a amplitude total de movimento. Pode ser necessária supervisão.

3. Equilíbrio

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FREQUÊNCIA: 2 dias por semana.

TIPO: Treino de equilíbrio quando o corpo está parado (equilíbrio estático) ou em movimento (equilíbrio dinâmico). Treino de multitarefa como ioga, tai chi, dança, boxe.

CONSIDERAÇÕES: Preocupações de segurança em pessoas com alteração cognitiva e de equilíbrio. Se preciso, segurar em suporte estável para ajudar no equilíbrio. Pode ser necessária supervisão.

4. Alongamento

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FREQUÊNCIA: 2 dias por semana.

TIPO: Alongamento sustentado com respiração profunda ou alongamento dinâmico antes do exercício.

CONSIDERAÇÕES: Pode exigir adaptações para pacientes com alteração da postura (principalmente com tronco flexionado), osteoporose e dor.

O papel dos fisioterapeutas e educadores físicos

Profissionais podem fornecem liderança, experiência e programas específicos para ajudar as pessoas que vivem com Parkinson a atingir seus objetivos. Esses profissionais devem ser considerados como parte integrante da equipe de atendimento multiprofissional para pessoas com Parkinson.

Dr. Rubens Cury – Neurologista

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation).

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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Dr. Rubens Cury Neurologista
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