Cirurgia de Parkinson riscos e benefícios
Postado em: 26/10/2021
Você sabia que apenas 15% dos portadores de Parkinson precisam recorrer à intervenção cirúrgica?
Pois é, a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda poderia ser realizada na maior parte dos pacientes parkinsonianos, mas ela é indicada apenas para casos selecionados.
Se após recorrer a outros tratamentos, chegou o momento de realizar a cirurgia, é importante conhecer seus riscos e benefícios.
Pensando nisso, vamos te explicar tudo que você precisa saber sobre a intervenção cirúrgica para Parkinson.
Vamos lá!
Qual o momento ideal de realizar a cirurgia?
O seu neurologista especializado definirá qual momento a intervenção cirúrgica é necessária para o seu caso.
Para definir se o paciente poderá realizar a cirurgia são realizadas avaliações cognitivas e exame de ressonância magnética.
O período ideal geralmente se dá no mínimo 4 anos após o surgimento dos sintomas iniciais.
Nessa fase o paciente precisa de doses intensas e maiores de medicação, já que ela deixa de produzir o efeito anteriormente experimentado.
Alguns pacientes apresentam movimentos involuntários, denominados de discinesias, que podem melhorar com a cirurgia.
Assim, quando é necessário aumentar severamente a medicação e o paciente apresenta sintomas incômodos e necessidades específicas, pode ser a hora de intervenção cirúrgica.
Veja, como a cirurgia funciona.
Como funciona a cirurgia?
A técnica de Estimulação Cerebral Profunda vem evoluindo desde 1980 e atualmente reduz significativamente os sintomas de Parkinson.
No procedimento, um instrumento de neuroestimulação envia sinais elétricos para três núcleos do cérebro, os quais estão associados à doença.
É inserido um gerador na região torácia e posteriormente essa ferramenta é conectada a dois eletrodos na região frontal do cérebro.
Essa técnica promove o controle dos sintomas, ou seja, não cura a doença e sim controla os sinais e sintomas.
Ah! Caso você não saiba, veja quais são os principais sintomas da doença de Parkinson:
- Rigidez muscular;
- Tremores;
- Lentidão na movimentação;
- Redução da estabilidade postural.
Riscos e benefícios da cirurgia de Parkinson
Benefícios
- Os sintomas motores são controlados;
- Melhoria dos tremores, rigidez, movimentos involuntários e lentidão;
- Redução das doses de medicação ingeridas pelo paciente;
- Redução dos efeitos colaterais decorrentes do uso excessivo de medicamentos;
- Melhoria da qualidade de vida, tornando o paciente mais ativo socialmente e apto a realizar atividades físicas;
Resumindo:
Sintomas que a cirurgia melhora:
· Tremor
· Lentidão dos movimentos: caminhar, se trocar, realizar higiene pessoal
· Discinesias: movimentos involuntários
Sintomas que a cirurgia pode melhorar:
· Sono – em especial quando o problema de dormir é relacionado ao Parkinson, como rigidez e dificuldade em virar-se na cama, a cirurgia costuma ajudar bastante
· Dor relacionada ao Parkinson: dores que aparecem em OFF, quando o remédio está acabando, no geral são aliviadas pela cirurgia
Sintomas que a cirurgia no geral não melhora:
· Alteração da fala (volume da voz baixa). Pode melhorar, pode não mudar nada, e em alguns casos pode piorar um pouco depois da cirurgia. Cabe aqui uma discussão com seu médico
· Depressão, esquecimentos, intestino preso, alteração urinária (como urgência urinária)
· Desequilíbrio, quedas: pacientes que tem muita instabilidade postural, com quedas frequentes, não são bons candidatos à cirurgia
· Postura muito encurvada para frente ou para o lado: tem pacientes que melhoram, mas definitivamente não é regra.
Riscos
Apesar da cirurgia não destruir células cerebrais e não provocar lesões, é importante considerar alguns riscos:
- Há possibilidade de ocorrer algum sangramento cerebral, entretanto, o risco de hemorragia é inferior a 1%.
- Existe risco de infecção, como em qualquer procedimento cirúrgico.
Para evitar complicações, é fundamental realizar sua cirurgia com um profissional especializado.
Agora você já conhece os riscos e benefícios do procedimento cirúrgico mais eficaz para os sintomas do Parkinson!
No Brasil existem poucos neurologistas aptos a realizá-la.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445