Qual é a função da dopamina no organismo?

Postado em: 26/06/2024

A dopamina é um neurotransmissor essencial produzido no cérebro. Ela serve como uma ponte de comunicação entre os neurônios e sua atuação é fundamental para o bom funcionamento neurológico e fisiológico. 

A dopamina impacta a motricidade, a motivação, o bem-estar emocional e a tomada de decisão, sendo crucial no mecanismo de prazer e recompensa. Além disso, a dopamina está relacionada a distúrbios motores, como a doença de Parkinson, e a várias condições psiquiátricas.

A Relação Entre Dopamina e Funções do Corpo

Conhecida como a “substância química do prazer”, a dopamina está envolvida no circuito de recompensa do cérebro. Quando você realiza atividades agradáveis, como assistir a uma comédia, seu cérebro libera dopamina, gerando uma sensação de bem-estar. 

Essa experiência positiva é memorizada pelo cérebro, incentivando a repetição de comportamentos ou atividades prazerosas. Os cientistas acreditam que a dopamina é parcialmente responsável por esse processo.

Além disso, a dopamina influencia diversas outras funções do corpo, incluindo:

  • Auxílio na digestão.
  • Manutenção da função cardíaca e renal.
  • Melhoria da memória e do foco.
  • Modulação do humor e das emoções.
  • Controle dos movimentos.
  • Processamento da dor.
  • Gestão da função pancreática e da regulação da insulina.
  • Estímulo ao comportamento de busca por prazer e recompensa.
  • Regulação do sono.
  • Mediação da resposta ao estresse.

É importante destacar que a dopamina não age sozinha. Ela interage com outros neurotransmissores e hormônios, como serotonina e adrenalina, formando uma complexa rede de comunicação no cérebro.

Efeitos de Níveis Baixos de Dopamina

Níveis reduzidos de dopamina estão associados a várias condições de saúde, incluindo depressão, esquizofrenia e psicose. Por outro lado, altos níveis de dopamina podem causar agressividade e dificuldade em controlar impulsos, além de estar relacionados ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e ao vício.

A doença de Parkinson, por exemplo, é caracterizada pela falta de dopamina nas áreas cerebrais responsáveis pelo movimento, manifestando sintomas como rigidez muscular e dificuldades motoras. 

Os sinais de desequilíbrio de dopamina podem ser físicos, como cãibras, problemas digestivos, pneumonia, insônia e lentidão motora, ou psicológicos, incluindo fadiga, desmotivação, tristeza, baixa libido e alucinações.

Motivação e Escolhas Saudáveis no Tratamento do Parkinson

Para quem convive com Parkinson, é crucial escolher atividades físicas prazerosas, evitando aquelas que pareçam obrigatórias ou desmotivadoras. A falta de interesse pode resultar em ausência de liberação de dopamina durante a atividade, eliminando a sensação de recompensa e, consequentemente, a adesão ao tratamento. Isso pode levar à frustração e ao sentimento de incapacidade.

Para quem convive com Parkinson, é crucial escolher atividades físicas prazerosas, evitando aquelas que pareçam obrigatórias ou desmotivadoras. Atividades que trazem prazer e satisfação são mais eficazes na liberação de dopamina, o que ajuda a criar uma sensação de recompensa. 

A falta de interesse pode resultar em ausência de liberação de dopamina durante a atividade, eliminando a sensação de recompensa e, consequentemente, a adesão ao tratamento. Isso pode levar à frustração e ao sentimento de incapacidade, dificultando a continuidade do tratamento.

Pesquisas indicam que é possível aumentar os níveis de dopamina através de melhorias no comportamento e na atitude. A motivação, construída sobre o estabelecimento de metas e a determinação para atingi-las, é fundamental. 

Metas claras e alcançáveis ajudam a manter o foco e a determinação, criando um ciclo positivo de esforço e recompensa.

Um estilo de vida saudável, com uma alimentação balanceada e exercícios regulares, pode retardar a progressão da doença de Parkinson. A alimentação equilibrada proporciona os nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo e do cérebro, enquanto os exercícios físicos regulares ajudam a manter a mobilidade, a força e a coordenação. 

A pessoa motivada prepara-se para superar contratempos e enfrentar falhas sem desistência, cultivando perseverança, persistência e determinação. Encarar os desafios de frente e não desistir diante das dificuldades é essencial para quem convive com Parkinson. 

O apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde pode ser um grande diferencial nesse processo, fornecendo o suporte necessário para manter a motivação e a adesão ao tratamento.

Além disso, é importante variar as atividades físicas para manter o interesse e o entusiasmo. Dança, caminhada, natação, yoga e exercícios de resistência são ótimas opções que podem ser adaptadas às necessidades e limitações de cada paciente. 

O objetivo é encontrar atividades que proporcionem prazer e satisfação, promovendo uma rotina de exercícios que seja sustentável e agradável a longo prazo.

Outro ponto importante é a importância de uma abordagem holística no tratamento do Parkinson. Isso inclui não apenas o cuidado com a saúde física, mas também o apoio emocional e psicológico. 

Terapias complementares, como a terapia ocupacional e a fisioterapia, podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade diária. O apoio psicológico é fundamental para lidar com os desafios emocionais e manter uma atitude positiva diante da doença.

Tratamentos para a Doença de Parkinson

Embora não haja cura para o Parkinson, existem tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas. Alguns dos mais comuns incluem:

  • Medicação: certos medicamentos podem aumentar os níveis de dopamina ou influenciar outros neurotransmissores, como a acetilcolina. Eles costumam tratar também sintomas não motores, como a depressão. A combinação de levodopa e carbidopa é prescrita com frequência para elevar os níveis de dopamina no cérebro.
  • Cirurgia: quando os medicamentos não são mais eficazes, a cirurgia pode ser considerada. A estimulação cerebral profunda (DBS), que consiste na inserção de eletrodos cerebrais para estimular o cérebro de forma indolor, é uma opção para reduzir os sintomas motores da doença.
  • Terapias complementares: várias terapias podem fornecer alívio para os sintomas do Parkinson, como dietas saudáveis, atividade física regular, fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia.

Quer entender melhor a relação entre atividade física e dopamina na doença de Parkinson e como isso pode transformar sua vida? Marque uma consulta comigo e descubra estratégias personalizadas para otimizar seu bem-estar. 

Dr. Rubens Giberty
Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores
CRM-SP 131445

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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Dr. Rubens Cury Neurologista
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