Probióticos e doença de Parkinson

Postado em: 02/10/2023

Probióticos podem ser uma opção terapêutica viável para pacientes com Parkinson que enfrentam períodos prolongados de constipação e distúrbios do sono, de acordo com um estudo controlado randomizado multicêntrico intitulado Três meses de terapia com probióticos demonstraram reduzir os sintomas motores e não motores da doença de Parkinson, divulgado em agosto deste ano no Congresso Internacional de Doença de Parkinson e Transtornos do Movimento em Copenhague, na Dinamarca.

Assista ao vídeo do Dr. Rubens Cury sobre Probióticos e doença de Parkinson para obter insights sobre os sintomas não motores do distúrbio!

Parkinson

Após 12 semanas de tratamento com probióticos, observou-se um aumento das bactérias benéficas no intestino, e as avaliações da Escala Unificada de Doença de Parkinson (UPDRS) mostraram uma redução tanto nos sintomas motores (tremores e rigidez) quanto nos sinais não motores (problemas gastrointestinais, sono e fadiga).

O corpo humano abriga milhões de microrganismos no intestino, e muitos cientistas acreditam que as espécies que habitam o nosso organismo desempenham um papel fundamental em nível molecular devido à sua integração em nossos processos metabólicos. A terapia com probióticos se baseia na ideia de que a introdução intencional de bactérias benéficas pode auxiliar na regulação de metabólitos que podem estar intrinsecamente ligados a processos de doenças. 

Recentemente, tem havido um interesse crescente e um escopo mais amplo de pesquisas investigando a relação entre a disbiose intestinal – um desequilíbrio na composição das bactérias intestinais – e as complexas interações do eixo intestino-cérebro no contexto da doença de Parkinson (DP).

O artigo destaca-se como uma contribuição significativa para essa área, com o objetivo de compreender o impacto de um probiótico de quatro cepas na disbiose intestinal, sintomas motores e não motores em pacientes com Parkinson que sofrem de constipação. A conclusão dos autores enfatiza que o probiótico de quatro cepas melhora eficazmente a microbiota intestinal, reduz o ‘tempo de ativação’ da Levodopa e alivia a carga de alterações no sono e fadiga em pacientes com DP com constipação.

Pessoas que convivem com a doença de Parkinson frequentemente expressam frustração e enfrentam desafios devido à demora para que sua medicação faça efeito. Esse atraso pode resultar em períodos de mobilidade reduzida, tremores e outros sintomas perturbadores que afetam suas rotinas diárias. A identificação de que o probiótico de quatro cepas pode contribuir para reduzir esse atraso na absorção e eficácia da medicação é promissora para a qualidade de vida dos pacientes.

As descobertas deste estudo destacam a necessidade de pesquisas adicionais, incluindo esforços voltados para confirmar a durabilidade dos efeitos observados e desvendar os mecanismos subjacentes envolvidos.

Pesquisas anteriores

Devido à associação entre os sintomas da doença de Parkinson (DP) e a disbiose intestinal, os pesquisadores começaram a explorar os efeitos do uso de probióticos para diversificar a microbiota intestinal e potencialmente gerenciar ou tratar os sintomas da DP.

A maioria das pesquisas investigou os probióticos e seu efeito na constipação, um indicador precoce e sintoma comum da DP.

Um estudo de 2016 dividiu 120 participantes com Parkinson em um grupo de controle e um grupo de intervenção que recebeu um produto lácteo fermentado contendo várias cepas de probióticos e fibra prebiótica, que ajuda a promover o crescimento de bactérias benéficas.

Após quatro semanas, o grupo de intervenção teve evacuações significativamente mais completas do que o grupo de controle.

Outro estudo de 2020 dividiu 72 pacientes com DP em um grupo de intervenção e um grupo de controle que recebeu cápsulas probióticas de múltiplas cepas ou um placebo com aparência idêntica por quatro semanas.

No final do estudo, os participantes do grupo de intervenção relataram evacuações espontâneas significativamente maiores e melhor consistência das fezes.


Para consultas e orientações especializadas sobre a doença de Parkinson e tratamentos inovadores, entre em contato com o Dr. Rubens Cury hoje mesmo. Ele é médico neurologista especialista em Parkinson, Tremor Essencial, Distonia e Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Possui doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França. 

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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