Conheça o sintoma pouco conhecido do Parkinson que afeta o dia a dia

Postado em: 03/07/2023

O Parkinson é uma doença neurológica progressiva que frequentemente é associada a sintomas comuns, como tremores, rigidez e lentidão de movimentos. Mas existem outros menos conhecidos que também podem afetar significativamente a vida diária dos pacientes. Um deles é a caligrafia cada vez menor e mais difícil de ler.

Essa alteração na escrita ocorre devido às mudanças no cérebro que levam a movimentos reduzidos e menos vigorosos do que antes, conforme explicado pela Parkinson’s UK, no jornal britânico The Mirror. À medida que a doença progride, esse sintoma pode se agravar, tornando a escrita uma tarefa desafiadora para aqueles que vivem com Parkinson.

Aliás, segundo a organização, a micrografia, assim como a fadiga, aparecem antes dos sinais físicos e mais conhecidos. Esses sinais podem ser indicativos precoces da presença da doença de Parkinson e requerem atenção médica cuidadosa.

Já a lista dos problemas mais comuns inclui:

  • Rigidez;
  • Distúrbios do sono;
  • Cãibras e dor, em especial nos ombros;
  • Perda do olfato;
  • Ansiedade e depressão;
  • Problemas com a bexiga ou intestinos.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença de Parkinson é essencialmente clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas descritos pelo paciente. O profissional mais habilitado para tal interpretação é o médico neurologista, que é capaz de diferenciar esta enfermidade de outras que também afetam os movimentos do corpo. 

Os exames complementares, como a tomografia cerebral e ressonância magnética, têm a finalidade de avaliar outros possíveis diagnósticos diferenciais. Embora a tomografia computadorizada por emissão de fóton-único para quantificar a dopamina cerebral (SPECT-Scan) possa ser uma ferramenta especial para o diagnóstico de Parkinson, geralmente não é considerada essencial, dada a presença de um quadro clínico e evolutivo característico da doença. A avaliação médica criteriosa, com base nos sintomas e histórico do paciente, é suficiente para confirmar o diagnóstico da doença de Parkinson na maioria dos casos.

Quais são os tratamentos disponíveis para Parkinson?

Os tratamentos mais comuns são à base de medicações que visam aumentar a dopamina no cérebro, reduzir a degradação do neurotransmissor ou adicionar uma dopamina modificada no paciente. Esse processo terapêutico pode ser feito sozinho ou combinado com outras estratégias. 

Geralmente, no começo da doença, é prescrita uma medicação e, com o passar do tempo, é necessário aumentar tanto a dosagem quanto associar outros fármacos para controlar os sintomas do Parkinson. 

Existe também a possibilidade de realizar a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda, da sigla em inglês DBS. Nesse caso, são implantados dois eletrodos no cérebro, similares ao um marca-passo cerebral. A vantagem desse procedimento é a redução no número de remédios utilizados e, consequentemente, nos efeitos colaterais causados por eles.

Quem pode fazer a cirurgia de DBS?

A indicação da cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda envolve critérios específicos. É fundamental ter um diagnóstico preciso da doença de Parkinson, além de observar se as medicações atuais estão alcançando os efeitos desejados. Outro aspecto importante é verificar se o paciente está sofrendo com uma qualidade de vida comprometida devido à dificuldade no controle dos sintomas, como problemas de locomoção, tremores, lentidão nos movimentos ou dor. Recomenda-se que o paciente tenha pelo menos cinco anos de Parkinson para uma avaliação precisa.

Existem algumas contraindicações para a cirurgia DBS. Pessoas com sinais de demência, doenças psiquiátricas graves e problemas graves de equilíbrio e marcha podem não ser adequadas para o procedimento. No entanto, indivíduos que sofrem de distonias e outras formas de tremores, incluindo o tremor essencial, podem se beneficiar significativamente com a DBS.

Recomendações

  • Procure um médico tão logo perceba um ligeiro tremor nas mãos ou tenha notado que sua letra diminuiu de tamanho (micrografia);
  • Mantenha a atividade intelectual; 
  • Leia bons livros e acompanhe o noticiário;
  • Não atribua ao passar dos anos a perda da expressão facial e o piscar dos olhos menos frequentes;
  • Pratique atividade física. Fazer exercícios físicos regularmente ajuda a preservar a qualidade dos movimentos.


O Dr. Rubens Cury é médico neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia e Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Possui doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo, pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França e é Professor Livre-Docente pela USP. Clique aqui e agende sua consulta!

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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