Como a estimulação cerebral profunda devolve a qualidade de vida para pessoas com Parkinson?

Postado em: 22/05/2023

Há uma estimativa de 200 mil pessoas com doença de Parkinson no Brasil, das quais 40% teriam indicação para a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS, na sigla em inglês). O procedimento consiste na inserção de eletrodos em pontos específicos do cérebro para amenizar sintomas de tremores, lentidão e rigidez.

Apesar dos benefícios comprovados, o acesso ao tratamento encontra desafios, isso porque muitos pacientes nem sabem que ele existe.

Como o Parkinson é uma doença crônica e que não tem cura, é esperado que as medicações, mesmo que eficientes, deixem de fazer efeito após quatro ou cinco anos de uso. Se a pessoa tomar muitas doses diárias, o próprio remédio pode causar efeitos colaterais, como movimentos involuntários e descontrolados. Nesses casos, a cirurgia vem para controlar esses sinais, reduzir ou até eliminar a medicação.

Quem pode fazer a cirurgia de Parkinson?

Ter o diagnóstico de Parkinson não implica a necessidade de operar. Há pessoas com a doença que ficam bem com os remédios por toda a vida. O procedimento é indicado quando:

  • As medicações se tornam ineficientes;
  • Os efeitos colaterais dos remédios trazem danos à rotina da pessoa.

Assim, geralmente, a cirurgia DBS é feita numa fase intermediária da doença: nem logo após ao diagnóstico nem no quadro avançado. E, a princípio, isso independe da idade. O médico neurologista costuma operar com relativa tranquilidade pacientes até os 70 anos. Mas a partir dessa idade, o cuidado é maior.

O que considerar para a cirurgia?

É preciso avaliar os efeitos da medicação, o estado clínico, cognitivo e psicológico de cada paciente. Idosos debilitados, acamados, não serão elegíveis; mas se estiverem lúcidos, ativos e com certa independência, podem ser considerados.

Indivíduos jovens e resistentes podem ser cogitados para a estimulação cerebral profunda também. Estes pacientes podem evitar, dessa forma, problemas com medicação de uso contínuo. 

Como a cirurgia é feita? 

A Estimulação Cerebral Profunda, do inglês Deep Brain Stimulation (DBS), é um tratamento cirúrgico que ajuda a controlar alguns sintomas de distúrbio do movimento. A técnica é amplamente utilizada para tratar pessoas com doença de Parkinson, tremor essencial e distonia, cujos sintomas não são mais controlados por medicação.

A cirurgia DBS é muito minuciosa na parte de planejamento e a execução é milimetricamente calculada. O resultado da tomografia é cruzado com as imagens de ressonância magnética para confirmar se não há vasos sanguíneos no caminho que será perfurado para implantar o eletrodo no cérebro.

O local depende do problema a ser tratado, se são os tremores, a falta de equilíbrio ou a perda de força. 

Na mesa cirúrgica, a pessoa permanece acordada, com anestesia local. Dois cortes de quatro centímetros são feitos na parte frontal da cabeça e, em seguida, dois pequenos furos no crânio. Com muita precisão, um eletrodo de teste é colocado no cérebro, em que os médicos avaliam a resposta imediata (se os tremores pararam, por exemplo).

Se estiver tudo certo, os eletrodos definitivos são colocados. Geralmente são dois, um de cada lado do cérebro. 

Por fim, com anestesia geral, a equipe médica implanta um pequeno gerador abaixo da clavícula da pessoa, semelhante a um marca-passo cerebral, que vai enviar os pulsos elétricos para o cérebro. O procedimento dura de quatro a seis horas

Vantagens da cirurgia DBS

  • Pode ser realizada em um ou ambos os lados do cérebro, dependendo dos sintomas.
  • Os efeitos são reversíveis e podem ser personalizados para o quadro clínico de cada paciente.
  • As configurações de estimulação podem ser modificadas para diminuir os possíveis efeitos colaterais e melhorar a eficácia ao longo do tempo.
  • O dispositivo fornece controle contínuo dos sintomas 24 horas por dia.
  • Os pacientes que passaram por DBS podem participar de outros tratamentos, como células-tronco ou terapia genética, quando estiverem disponíveis.


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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445

Dr. Rubens Cury Neurologista
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