Quais são os 4 principais sintomas do Parkinson?
Postado em: 15/05/2023
Um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que a prevalência da doença de Parkinson dobrou nos últimos 25 anos (dados de 2019), mostrando que 8,5 milhões de indivíduos no mundo vivem com a patologia. O levantamento também aponta que as mortes e os impactos na saúde como consequência do Parkinson estão aumentando de forma mais rápida que qualquer outro distúrbio neurológico. No Brasil, estima-se que 400 mil pessoas tenham o distúrbio.
O Parkinson é causado pela perda progressiva dos neurônios que produzem uma substância chamada dopamina, um neurotransmissor que ajuda na comunicação entre as células nervosas e é essencial para o controle dos movimentos dos músculos. A ausência da dopamina causa tremores, ou seja, movimentos involuntários de braços, pernas e cabeça.
Mas nem sempre os tremores são o primeiro sintoma da doença. Na maioria das vezes, antes deles a pessoa desenvolve bradicinesia, caracterizada pela lentidão dos movimentos, quase sempre de um lado só do corpo. Existem outros sinais que podem aparecer – os não motores – e que dificilmente são relacionados ao Parkinson, como quadros de tristeza, ansiedade, distúrbios de humor e do sono, depressão, problemas urinários, sintomas gastrointestinais e dor.
Atualmente, o diagnóstico da enfermidade é feito com base na história clínica do paciente e no exame neurológico. Por enquanto, não existe nenhum teste específico para diagnóstico precoce ou prevenção da patologia. Por isso, a orientação é procurar um neurologista sempre que surgirem alguns dos principais sintomas:
- Lentidão motora (bradicinesia);
- Rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo;
- Tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo, quando comparado com o outro;
- Desequilíbrio.
Doença pode ter origem no intestino
Especialistas apontam possível correlação entre a doença de Parkinson e problemas no intestino. Evidências recentes sugerem que uma mudança na composição do microbiota intestinal pode desempenhar papel importante na patogênese do Parkinson. Antes o foco das pesquisas era o cérebro; agora está sendo redirecionado do cérebro para os intestinos.
Dois estudos publicados no início deste ano por pesquisadores brasileiros reforçam a hipótese de que a evolução dos distúrbios neurovegetativos pode ser influenciada pela microbiota intestinal. Os trabalhos descrevem a forma pela qual o desequilíbrio entre as bactérias patogênicas e benéficas do intestino – a disbiose – pode facilitar o surgimento da doença de Parkinson.
Em artigo publicado na revista iScience, em março, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de Campinas, descobriram que a proteína aSyn, agregada nos intestinos pela proliferação descontrolada de bactérias, pode migrar para o Sistema Nervoso Central, iniciando um provável mecanismo do surgimento da patologia. Ou seja, há evidências de que células específicas do epitélio intestinal possuem propriedades semelhantes às dos neurônios e podem estar relacionadas ao Parkinson e outras doenças neurológicas.
Tratamento
Como a doença é progressiva e não tem cura, as terapias ajudam a controlar os sinais e permitem que o indivíduo continue exercendo suas atividades. O tratamento com medicamentos estimula a oferta de dopamina, aumentando a sua presença ou evitando a sua degradação, além da deterioração das funções cerebrais e do controle dos sintomas.
Devem, portanto, ser usados por toda a vida da pessoa que apresenta tal enfermidade, ou até que surjam tratamentos mais eficazes.
Quanto mais cedo se obtém o diagnóstico, mais chances de diminuir a progressão da doença e de melhorar a qualidade de vida ao lado de amigos e familiares, além de ampliar a capacidade produtiva dos pacientes. Além dos remédios, existem outros recursos terapêuticos como fisioterapia, cirurgia e até o implante de um marca-passo cerebral que reduz os tremores e a rigidez dos músculos.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445