Recomendação de exercícios físicos para a doença de Parkinson
Postado em: 20/05/2024
Recentemente, divulgou-se uma nova recomendação sobre atividade física na doença de Parkinson pela American College of Sports Medicine em associação com a Parkinson’s Disease Foundation (uma das mais importantes organizações sobre doença de Parkinson do mundo, com sede nos Estados Unidos).
Em suma, eles sugerem que as pessoas com Parkinson façam pelo menos 2,5 horas de exercícios por semana, para uma melhor qualidade de vida e redução dos sintomas da doença.
O exercício é cada vez mais aceito como um tratamento oficial para a doença de Parkinson. Os exercícios incluem: atividade aeróbica, treino de força, equilíbrio e alongamento. Discutimos abaixo os detalhes de cada um.
1. Atividade Aeróbica
FREQUÊNCIA: 30 minutos de atividade com intensidade moderada. Pelo menos 3 dias por semana. A intensidade pode variar de paciente para paciente; idealmente, deve-se consultar sempre seu cardiologista periodicamente.
TIPO: Atividades como caminhada rápida, corrida, bicicleta, natação ou aula de aeróbica.
CONSIDERAÇÕES: Devemos ficar atentos para questões de segurança devido ao risco de congelamento da marcha que pode ocorrer em alguns pacientes, desequilíbrio, assim como pressão arterial baixa. Assim, pode ser necessária supervisão por um educador físico ou fisioterapeuta.
2. Treino de Força
FREQUÊNCIA: 2 a 3 dias não consecutivos por semana. Cerca de 30 minutos cada sessão. São fortalecidos os principais grupos musculares.
Objetivo: treino de resistência, fortalecimento articular e redução do risco de artrose.
TIPO: Principais grupos de músculos dos membros superiores e inferiores com o uso de aparelhos de musculação, bandas de resistência, pesos leves a moderados ou mesmo peso corporal.
CONSIDERAÇÕES: Rigidez muscular ou instabilidade postural podem prejudicar a amplitude total de movimento. Recomenda-se assim a supervisão de um profissional habilitado.
3. Equilíbrio
FREQUÊNCIA: 2 dias por semana.
TIPO: Treino de equilíbrio. Isto inclui situações de equilíbrio estático (quando o corpo está parado), ou em movimento (equilíbrio dinâmico).
Treino de multitarefa como ioga, tai chi, dança, boxe.
CONSIDERAÇÕES: Preocupações de segurança em pessoas com alteração cognitiva e de equilíbrio. Se preciso, segurar em suporte estável para ajudar no equilíbrio. Pode ser necessária supervisão.
4. Alongamento
FREQUÊNCIA: 2 dias por semana.
TIPO: Alongamento sustentado com respiração profunda ou alongamento dinâmico antes do exercício.
CONSIDERAÇÕES: Pode exigir adaptações para pacientes com alteração da postura (principalmente com tronco flexionado), osteoporose e dor.
O papel dos fisioterapeutas e educadores físicos
Profissionais podem fornecer liderança, experiência e programas específicos para ajudar as pessoas que vivem com Parkinson a atingir seus objetivos. Esses profissionais devem ser considerados como parte integrante da equipe de atendimento multiprofissional para pessoas com Parkinson.
Como alguns pacientes com Parkinson têm alterações do equilíbrio e risco de quedas, assim como alterações posturais e dores musculares, o auxílio e supervisão de um profissional muitas vezes é fundamental. Há também pacientes que apresentam congelamento da marcha, e nesses casos, técnicas fisioterapêuticas específicas devem ser feitas.
Conclusão
A atividade física deve ser considerada como parte do tratamento da pessoa com Parkinson. O paciente deve ter aderência, ser regular. Cabe ao médico orientar, monitorar e principalmente incentivar. O auxílio de profissionais como educadores físicos e fisioterapeutas muitas vezes é essencial.
Fonte:
American College of Sports Medicine. Parkinson’s Exercise Recommendations for People with Parkinson’s
Artigo escrito pelo Dr. Rubens Gisbert Cury
Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation).
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445