Qual é a diferença entre distonia primária e secundária?

Postado em: 24/07/2023

Distonia é um distúrbio neurológico dos movimentos caracterizado por contrações involuntárias dos músculos. Estas contrações estimulam certas partes do corpo a executar movimentos repetitivos de torção ou a permanecerem em posições dolorosas.

Indivíduos com distonia sofrem frequentemente de contrações musculares involuntárias anormais que podem muitas vezes interferir nas funções cotidianas, como caminhar, comer e falar.

Tipos de distonia

Existem dois tipos de distonia:

  • Distonia primária: uma doença da qual a distonia é o único sintoma (nenhuma outra patologia).
  • Distonia secundária: o efeito de um outro problema de saúde, como acidente vascular cerebral ou infecção. Ela também pode resultar de uma lesão, como um traumatismo craniano.

Entenda a diferença entre distonia primária e distonia secundária

Distonia primária

A distonia primária é uma condição neurológica autônoma, onde a distonia é o único sintoma presente. Ela se caracteriza por ser uma doença independente, não derivada de outras patologias subjacentes. Nessa forma de distonia, os sintomas se desenvolvem devido a disfunções genéticas, sendo muitas vezes hereditária e transmitida de geração para geração. Os primeiros sinais da distonia primária podem surgir em uma área específica do corpo e, com o tempo, espalhar-se para outras regiões.

Essa forma de distonia pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo distonia focal, que afeta apenas uma parte do corpo, distonia segmentar, que envolve duas ou mais áreas adjacentes, e distonia generalizada, que afeta múltiplas partes do corpo. Geralmente, os sintomas da distonia primária têm início na infância ou adolescência, tornando o diagnóstico precoce um desafio, já que muitas vezes os sinais iniciais são confundidos com o crescimento e desenvolvimento normais.

Distonia secundária

Por outro lado, a distonia secundária é considerada o efeito de um outro problema de saúde ou lesão cerebral. Entre as possíveis causas da distonia secundária estão acidentes vasculares cerebrais, traumatismos cranianos, infecções cerebrais, tumores e algumas doenças neurológicas.

A distonia secundária pode afetar pessoas de todas as idades, dependendo da causa subjacente. Por exemplo, em casos de pacientes com Parkinson ou outros distúrbios do movimento, a distonia secundária pode surgir como uma complicação da própria doença. Além disso, o uso prolongado de certos medicamentos ou a exposição a toxinas também pode desencadear a distonia secundária.

Opções de tratamento para a distonia

Embora a distonia não tenha cura, há diversos tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas.

Terapias medicamentosas

Há muitos medicamentos que são comumente usados para tratar a distonia. Não há um único medicamento que funcione para todos e vários testes podem ser necessários para determinar qual é o mais apropriado para você. A maioria dos medicamentos utilizados para tratar a distonia atuam sobre os neurotransmissores químicos no sistema nervoso que executam as instruções do cérebro para o movimento muscular e o controle do movimento.

Toxina botulínica

A aplicação da toxina botulínica é uma terapia fundamental e eficaz no tratamento da distonia, proporcionando melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes. Essa abordagem terapêutica desempenha um papel essencial na melhora da postura e dos movimentos distônicos, além de aliviar a dor associada à condição.

Estimulação Cerebral Profunda 

Outra opção é a Estimulação Cerebral Profunda (DBS), na qual são implantados eletrodos no cérebro, similar a um marca-passo cerebral. Esse procedimento cirúrgico pode reduzir a necessidade de medicamentos e, consequentemente, minimizar os efeitos colaterais associados a eles. A escolha do tratamento mais adequado dependerá da gravidade dos sintomas e da resposta individual de cada paciente ao tratamento medicamentoso.

Você deseja um diagnóstico e tratamento para doenças neurológicas? O Dr. Rubens Cury é médico neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia e Estimulação Cerebral Profunda (DBS). Possui doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França. Agende sua consulta

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