Quais as causas da distonia?

Postado em: 15/03/2022

A distonia pode ser definida enquanto um transtorno neurológico que afeta os movimentos.

Assim, ao invés de controle na realização de um movimento, teremos contrações involuntárias presentes nos músculos.

Com a ocorrência de tais contrações involuntárias, algumas partes do corpo podem se movimentar de maneira repetitiva, apresentando torções.

Quais os tipos de distonia?

A distonia pode ser classificada em dois principais tipos.

A distonia primária se constitui enquanto uma patologia em que o único sintoma é a própria distonia.

A distonia secundária, diferentemente da primária, ocorre como efeito de uma outra patologia que afeta a saúde. Um exemplo é o acidente vascular encefálico.

Além disso, a distonia pode resultar de uma lesão. Por exemplo, o traumatismo craniano.

Vejam exemplos dos tipos de distonia abaixo:

Blefaroespasmo: Distonia que ocorre nos olhos. A pessoa tem contração excessiva dos músculos dos olhos, fazendo com que eles fechem de forma involuntária. Em situações de estresse, ou mesmo a exposição à luz do sol, há piora das contrações e as vezes a pessoa mal consegue enxergar. Geralmente acomete homens e mulheres em torno de 40 a 50 anos de idade.

Distonia cervical: Distonia que acomete o pescoço. A pessoa tem contração involuntária dos músculos do pescoço; como se fosse um torcicolo. A contração pode levar o pescoço pra frente, pra trás ou pros lados. Pode haver dor muscular associada.

Distonia da mão e câimbra do escrivão: Distonia que acomete os braços, e mais comumente as mãos. A mão flexiona, sem a pessoa querer. Isso ocorre geralmente quando ela vai fazer algum movimento, como pegar um copo, abotoar uma camisa, ou mesmo escrever. Em algumas situações essa contração aparece apenas quando ela escreve, e chamamos de câimbra do escrivão. A letra começa a ficar ruim, como se estivesse tremida. A pessoa tem que esforçar mais para escrever.

%imagem que representa filename%

Distonia das pernas e pés: Distonia que acomete as pernas, e mais comumente os pés. Geralmente se inicia quando a pessoa está andando, ou mesmo correndo; em crianças, durante a educação física, a professora pode notar que a criança entorta o pé quando corre. Em repouso melhora.

%imagem que representa filename%

Distonia do tronco: Distonia que acomete o tronco; faz com que a coluna fica contraída para frente, ou mesmo paro o lado. A família nota que a pessoa está “andando mais torta”.

Lembre-se: as distonias podem ser localizadas, ou seja, acometerem apenas uma região, como o pé. Ou serem generalizadas, acometendo diversos segmentos do corpo.

Quais são as principais causas?

As distonias podem ser genéticas ou adquiridas.

As genéticas geralmente se iniciam na infância ou adolescência. Começam em uma região do corpo e podem generalizar. Há alguns genes já descobertos. Os mais frequentes no Brasil são: DYT-1, DYT-5 e DYT-6. Esses testes genéticos podem ser feitos com orientação médica.

As adquiridas são secundárias a algum dano cerebral. Exemplo: trauma cerebral, uso crônico de alguns remédios, tumor cerebral, derrame ou acidente vascular cerebral, paralisia cerebral, entre outras.

Como é feito o diagnóstico da distonia?

O diagnóstico inicialmente se baseia em uma história detalhada feita pelo neurologista: Como os sintomas se iniciaram? Quais partes do corpo são acometidas? Há outros familiares com os mesmos sintomas? Houve exposição a alguma medicação? Algum trauma?

Além da história clínica, o exame de eletroneuromiografia pode ser necessário. Esse exame é realizado nos músculos do corpo com uma pequena agulha que irá detectar se há movimentos involuntários, quais músculos estão acometidos, e qual intensidade.

Em alguns casos, exames de sangue e de imagem, como ressonância do cérebro, podem ser úteis.

Há cura para a distonia?

Não.

Infelizmente ainda não foram encontradas formas de curar a distonia.

Entretanto, as investigações científicas estão em desenvolvimento para que a distonia seja atenuada.

O objetivo do tratamento das distonias é se baseia no alívio das contrações musculares, revertendo os movimentos e as posturas anormais e a dor associada, além de prevenir contraturas e deformidades.

A toxina botulínica (popularmente conhecida como Botox) representa uma opção reconhecida para este tratamento, sendo considerada o tratamento de escolha na maioria das distonias.

O racional de aplicar toxina é lógico: ela relaxa a musculatura. E como nas distonias essa está muito ativada, após aplicação há melhora significativa dos sintomas.

Finalmente, em casos mais graves, a Estimulação Cerebral Profunda ou DBS é uma opção.  A cirurgia para distonia pode estar indicada se o uso dos medicamentos e/ou outras estratégicas de tratamento como a aplicação da Toxina Botulínica não forem suficientemente capazes de aliviar os sintomas motores da Distonia, como contraturas musculares dolorosas e movimentos que possam estar gerando deformidades e incapacidade, dificultando suas atividades do dia a dia. Em outras palavras: a cirurgia de DBS é indicada em pacientes com distonia que já tentaram tratamento medicamentoso e toxina botulínica, sendo que mesmo assim, permaneceram com importante comprometimento da função motora e da qualidade de vida.

Os detalhes sobre a cirurgia podem ser lidos aqui.

Dr. Rubens Cury – Neurologista 

Médico especialista em distonia. Doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França.

Gostou deste texto? Acesse este link e acompanhe nosso blog!

Venha conhecer a nossa clínica e agende a sua consulta!

Esse post foi útil?

Clique nas estrelas

Média 5 / 5. Votos: 1

Seja o primeiro a avaliar este post.

Dr. Rubens Cury Neurologista
Contato

Rua Cristiano Viana, 328, cj 201
Pinheiros - São Paulo/SP

Responsável Técnico
Dr. Rubens Gisbert Cury
CRM/SP 131445 - RQE 64840

© Copyright 2024 - Shantal Marketing

...