Para que servem implantes cerebrais?
Postado em: 27/08/2022
Os implantes cerebrais são dispositivos conectados ao à áreas específicas do cérebro quando ocorre uma disfunção de determinada região.
O tipo de implante cerebral que utilizamos na neurologia é a Estimulação Cerebral Profunda (também conhecida como DBS – deep brain stimulation).
Qual a finalidade de implantes cerebrais?
Os implantes cerebrais podem ajudar no controle de sintomas da doença de Parkinson, como rigidez e tremor, do Tremor Essencial e da Distonia – que são contrações musculares involuntárias.
Do que é composto o sistema de Estimulação Cerebral Profunda?
O sistema da Estimulação Cerebral Profunda é formado por 3 componentes:
1) o eletrodo de estimulação, que fica no alvo determinado. No caso, o núcleo subtalâmico na doença de Parkinson; O eletrodo é uma estrutura metálica fina, semelhante a uma carga de caneta, com diâmetro médio de 1 mm (número 1 da figura abaixo). Ele se fixa na região do crânio (número 2 da figura).
2) o cabo de conexão, que conecta o eletrodo à bateria (número 3 da figura). O cabo de conexão fica embaixo da pele, e sai da região da cabeça onde os eletrodos foram colocados e vai até a região torácica, onde fica a bateria (marcapasso).
3) a bateria, ou marcapasso, que gera a energia para todo o sistema. Ele fica embaixo da pele, semelhante a um marcapasso cardíaco (número 4 da figura).
Quem são os pacientes com doença de Parkinson candidatos à cirurgia?
Na prática, temos que pensar em cirurgia para Parkinson quando o paciente, apesar do uso adequado das medicações, não está com seus sintomas controlados. Ou seja, mesmo fazendo o uso adequado do esquema medicamentoso prescrito pelo neurologista, ainda apresenta episódios de rigidez, lentidão e tremor que incomodam seu dia a dia.
Há critérios estabelecidos para um paciente se beneficiar da cirurgia.
Entre eles, temos:
· O paciente deve ter pelo menos 4 anos de tempo de doença.
· O paciente não pode ter alteração psiquiátrica grave ou quadro demencial;
· O paciente deve estar fazendo o tratamento medicamentoso de forma correta, e mesmo assim ter sintomas que prejudicam sua qualidade de vida, como movimentos involuntários (chamadas discinesias), Off (período de travamento importante e rigidez) ou tremor de repouso.
Antes da cirurgia, realizamos uma avaliação neuropsicológica, que visa avaliar os sintomas cognitivos do paciente (memória, atenção) e sintomas depressivos.
Importante ressaltar que nem todos os pacientes com Parkinson irão se beneficiar da cirurgia. Há pacientes que ficam bem controlados com remédios, e não necessitam da cirurgia. Por outro lado, há pacientes em que o risco cirúrgico é alto, portanto ela não pode ser feita. Assim, a indicação do DBS deve ser discutida com seu médico neurologista; ela é individualizada.
Consulte um especialista!
Essa inovação tecnológica será útil para salvar muitas vidas.
Ainda é uma novidade que precisa ser explorada, mas o seu aperfeiçoamento contribuirá no tratamento de uma série de doenças.
É atribuída ao médico neurologista a função de diagnosticar doenças que tenham sido desencadeadas devido ao não funcionamento de determinada área cerebral.
Esse profissional irá recomendar a melhor forma de tratamento para cada tipo de necessidade.
Além disso, oferece orientação ao paciente quanto a todas as particularidades do problema.
Portanto, a mínima possibilidade de um implante cerebral para restaurar a funcionalidade de uma área do cérebro, é orientada e avaliada pelo neurologista especializado.
Os custos do procedimento podem ser muito elevados, o que nem sempre viabiliza o seu uso como solução.
No entanto, outras formas de tratamento poderão ser prescritas pelo profissional para retardar o avanço da doença ou controlar os sintomas.
Para saber mais sobre essa novidade, agende uma consulta e tire suas dúvidas com profissionais especialistas!
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445