Marcapasso cerebral: quais os benefícios para pacientes com Parkinson?
Postado em: 29/09/2021
Ainda que a doença de Parkinson não tenha cura, existem opções de tratamento que podem melhorar a qualidade de vida do paciente.
Entre elas, existe a estimulação cerebral profunda (do inglês deep brain stimulation), que também é conhecida como ‘marcapasso cerebral’.
Mas você sabe em que consiste esse tratamento e quais os benefícios para os pacientes com Parkinson?
É isso que vamos te mostrar hoje.
Acompanhe!
A doença de Parkinson
A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa com maior prevalência em todo o mundo.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil há cerca de 200 mil pessoas com este diagnóstico, este número deve duplicar até 2030. No mundo são ao todo 7 milhões de pessoas.
A doença de Parkinson consiste em um distúrbio neurológico do movimento, resultado de uma perda da produção de dopamina cerebral, de forma progressiva.
A doença geralmente é dignosticada em pessoas acima dos 55 anos, mas também pode ocorrer entre os jovens.
Os sintomas envolvem o tremor (geralmente com o braço em repouso), lentidão dos movimentos (para andar, trabalhar, tomar banho, se trocar), fala mais baixa, dificuldade em escrever e assinar, entre outros sintomas do controle motor.
Opções de tratamento
Após avaliação neurológica e diagnóstico da doença de Parkinson, existem opções de tratamento que poderão amenizar sintomas e melhorar a qualidade de vida, entre eles:
- Uso de medicamentos que repoe a dopamina, como a levodopa;
- Terapia de estimulação cerebral profunda (marcapasso cerebral);
- Entre outras possibilidades de tratamento com uma equipe interdisciplinar, como psicólogos e fisioterapeutas.
O marcapasso cerebral
O marcapasso cerebral é uma técnica de tratamento muito semelhante ao equipamento do marcapasso cardíaco.
Se trata de um pequeno aparelho que funciona com impulsos elétricos localizados.
Isto é, o objetivo de utilizar este procedimento para a doença de Parkinson é melhorar os sintomas motores descritos, como tremor e lentidão, assim como movimentos involuntários, chamadas de discinesias.
O marcapasso atua nas áreas do cérebro afetadas pela doença de Parkinson, ajudando a controlar os sintomas. O pulso elétrico é constante, 24 horas por dia, o que permite que a terapia também ajude a pessoa de madrugada, quando os remédios em geral não funcionam bem.
Na doença de Parkinson, o alvo cerebral é o núcleo subtalâmico, que é um pequeno núcleo afetado pela doença.
Do que é composto o marcapasso cerebral?
O sistema do Marcapasso ou Estimulação Cerebral Profunda é formado por 3 componentes:
1) o eletrodo de estimulação, que fica no alvo determinado. No caso, o núcleo subtalâmico na doença de Parkinson; O eletrodo é uma estrutura metálica fina, semelhante a uma carga de caneta, com diâmetro médio de 1 mm (número 1 da figura abaixo). Ele se fixa na região do crânio (número 2 da figura).
2) o cabo de conexão, que conecta o eletrodo à bateria (número 3 da figura). O cabo de conexão fica embaixo da pele, e sai da região da cabeça onde os eletrodos foram colocados e vai até a região torácica, onde fica a bateria (marcapasso).
3) a bateria, ou marcapasso, que gera a energia para todo o sistema. Ele fica embaixo da pele, semelhante a um marcapasso cardíaco (número 4 da figura).
Quando realizar e quais os benefícios da cirurgia?
Estudos indicam que quando o paciente tem dificuldades de controlar os sintomas mesmo tomando os remédios de forma adequada, deve-se pensar e discutir a cirurgia com o médico.
Para implantar o marcapasso, o paciente precisa passar por um procedimento cirúrgico no qual eletrodos serão colocados no cérebro e ligados ao marcapasso (bateria que fica na região torácica, mostrada acima).
Este equipamento irá realizar a chamada estimulação cerebral profunda, interferindo nos sintomas motores do paciente.
Veja alguns benefícios da técnica:
- O paciente pode diminuir a ingestão de medicamentos;
- Possibilidade de não ter mais efeitos colaterais dos remédios, como alucinações e discinesias (movimentos involuntários);
- Efeito da cirurgia é duradouro; embora a doença não deixe de progredir, os parâmetros de estimulação podem ser ajustados por vários anos a cirurgia; não tem “prazo de validade”
- Com o avanço da tecnologia, a cirurgia representa menos risco para o paciente e possui alta precisão na implantação dos eletrodos.
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Ele é médico especialista em Neurologia e atua especificamente com Distúrbios do Movimento.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445