Entendendo a eficiência do ultrassom no alívio dos sintomas do Parkinson
Postado em: 21/05/2024
O Ultrassom Focalizado (FUS ou HIFU) é uma tecnologia cirúrgica não invasiva e guiada por imagem, que utiliza energia ultrassônica para atingir áreas do cérebro. Esse método é empregado para tratar e avaliar diversas condições médicas, incluindo a doença de Parkinson. Por ser uma técnica que não utiliza bisturi, o FUS evita incisões na pele e direciona feixes de energia ultrassônica com alta precisão para alvos profundos no cérebro, preservando assim o tecido saudável ao redor.
O que é a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson (DP) ocorre quando as células cerebrais que produzem dopamina, uma substância química essencial para a coordenação dos movimentos, param de funcionar ou morrem. Classificada como um distúrbio de movimento, apresenta sinais como tremor, lentidão, rigidez muscular e dificuldades na caminhada. Além disso, sintomas não motores como constipação, depressão e problemas de memória também são frequentes. De natureza progressiva e permanente, os sintomas do Parkinson variam de pessoa para pessoa e se agravam com o tempo.
Como funciona o ultrassom focalizado?
O ultrassom focalizado (FUS) é uma técnica cirúrgica não invasiva guiada por imagem que usa energia ultrassônica. Um capacete especial direciona o ultrassom através do crânio até alcançar áreas específicas do cérebro, eliminando a necessidade de bisturis ou incisões.
Um neurologista especialista em Parkinson utiliza essa tecnologia para direcionar o ultrassom e destruir células cerebrais que causam problemas de movimento. As imagens de ressonância magnética permitem que o médico posicione os feixes de ultrassom com precisão em pequenas áreas responsáveis pelos sintomas motores do Parkinson, como tremores, rigidez e lentidão nos movimentos.
Em 2018, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou o ultrassom focalizado para tratar tremores do Parkinson. Em 2021, essa aprovação foi ampliada para incluir outros efeitos, como rigidez, lentidão e discinesia – movimentos involuntários e descontrolados.
O procedimento do ultrassom focalizado
Durante o procedimento de ultrassom focalizado, o paciente permanece acordado. Os médicos usam ressonância magnética para direcionar os feixes de ultrassom ao alvo no cérebro. Este método geralmente proporciona uma redução imediata dos sintomas e não requer ajustes, programações ou procedimentos adicionais. Contudo, é importante notar que o tratamento é irreversível e permanente.
Os possíveis efeitos colaterais do ultrassom incluem dor de cabeça, dormência, formigamento, desequilíbrio e alterações na marcha, em geral transitórios. .
Vantagens do ultrassom focalizado nos sintomas do Parkinson:
- Não invasivo: sem incisões, furos no crânio ou eletrodos, reduzindo o risco de infecção e coágulos sanguíneos.
- Precisão: minimiza danos ao tecido cerebral saudável ao redor do alvo.
- Procedimento único: diferente da Estimulação Cerebral Profunda (DBS), o FUS não requer substituição de baterias, reparos de fios ou ajustes de configurações.
Pesquisa em ultrassom focalizado
A pesquisa atual sobre o uso de ultrassom focalizado (FUS) para tratar o Parkinson está explorando sua aplicação em diferentes áreas do cérebro afetadas pela doença, como o núcleo subtalâmico. Os cientistas estão analisando também os benefícios e a segurança do tratamento bilateral com FUS, além das melhores práticas para realizar este procedimento inovador.
Conclusão
O ultrassom focalizado representa uma evolução significativa no tratamento de sintomas neurológicos, especialmente para pacientes com Parkinson. Com sua abordagem não invasiva e precisão cirúrgica, o FUS pode ser uma alternativa promissora para aqueles que buscam soluções eficazes sem os riscos associados a procedimentos mais invasivos. Conforme a pesquisa continua avançando, é esperado que as aplicações do FUS se expandam, proporcionando melhorias contínuas nas opções de tratamento para diversas condições neurológicas complexas.
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Dr. Rubens Cury
Neurologista Especialista em Parkinson
Professor Livre-docente da Universidade de São Paulo
CRM-SP: 131.445
RQE: 64.840
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445