Entenda o processo de implantação da DBS: passo a passo
Postado em: 21/10/2024
A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é um tratamento cirúrgico avançado indicado para pacientes com doença de Parkinson, tremor essencial e outros distúrbios neurológicos quando eles não respondem adequadamente aos medicamentos.
Essa técnica envolve a implantação de eletrodos no cérebro para ajudar a controlar os sintomas, como tremores e rigidez.
A DBS não cura a condição, mas pode contribuir significativamente para a qualidade de vida, reduzindo os sintomas e permitindo ajustes finos no tratamento ao longo do tempo.
Neste artigo, vou explicar o processo de implantação da DBS, detalhando cada etapa e o que o paciente pode esperar ao longo do procedimento. Continue sua leitura para conferir!
O processo de implantação da DBS
Avaliação pré-operatória: Quem é candidato à DBS?
Antes da cirurgia, é realizada uma avaliação criteriosa para determinar se o paciente é um bom candidato para a “DBS“.
Essa etapa é essencial, pois o sucesso da estimulação cerebral profunda depende de uma seleção cuidadosa.
A equipe médica irá examinar o histórico clínico do paciente, realizar exames de imagem, como ressonância magnética, e avaliar os sintomas de forma detalhada.
Os candidatos ideais para a cirurgia são aqueles cujos sintomas, como tremores ou rigidez, não são mais controlados de forma eficaz pelos medicamentos, mas que ainda respondem, mesmo que parcialmente, a esses fármacos.
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Preparação para a cirurgia: Mapeamento cerebral e planejamento
Após a decisão de realizar a cirurgia, o paciente passa por um processo de mapeamento cerebral.
Essa etapa envolve exames de imagem avançados, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, que permitem aos neurocirurgiões identificar a região exata do cérebro onde os eletrodos serão implantados.
Esse mapeamento é fundamental para garantir que os eletrodos sejam posicionados no local correto, o que maximiza a eficácia da DBS e minimiza possíveis efeitos colaterais.
Cada paciente tem um planejamento individualizado, baseado em seus sintomas específicos e nas áreas cerebrais afetadas.
O dia da cirurgia: Etapas do procedimento de implantação da DBS
No dia da cirurgia, o processo de implantação da DBS ocorre em etapas bem definidas. Aqui está um resumo do que acontece:
- Fixação do quadro estereotáxico: O primeiro passo é a fixação de um quadro estereotáxico ao crânio do paciente. Esse dispositivo serve como um “guia” para garantir a precisão no posicionamento dos eletrodos no cérebro. A fixação é feita com anestesia local, e o paciente permanece acordado nessa fase inicial da cirurgia.
- Implantação dos eletrodos: Após a fixação do quadro, os neurocirurgiões utilizam as imagens do mapeamento cerebral para inserir cuidadosamente os eletrodos nas áreas-alvo do cérebro. Durante essa etapa, o paciente pode ser solicitado a realizar movimentos ou responder a perguntas, o que ajuda os cirurgiões a ajustar a localização dos eletrodos de forma mais precisa.
- Conexão ao gerador de pulsos: Após a implantação dos eletrodos, é necessário conectar esses dispositivos a um gerador de pulsos, que é implantado sob a pele do peito do paciente. Esse gerador é o que envia os estímulos elétricos para o cérebro, controlando os sintomas neurológicos. O procedimento para implantar o gerador é geralmente feito sob anestesia geral.
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Pós-operatório: Ajustes e acompanhamento
Após a cirurgia, o paciente passa por um período de recuperação, durante o qual a equipe médica ajusta os parâmetros do DBS para garantir a melhor resposta possível ao tratamento.
Esses ajustes são feitos de forma gradual e cuidadosa ao longo de semanas ou meses.
Além dos ajustes, o paciente continuará a ser acompanhado por um neurologista, que monitorará os sintomas e ajustará a medicação conforme necessário.
A DBS permite ajustes contínuos, o que oferece maior flexibilidade para controlar os sintomas ao longo do tempo.
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Benefícios e considerações sobre a DBS
A estimulação cerebral profunda é uma das intervenções mais eficazes para pacientes com doença de Parkinson e tremor essencial avançados.
Entre os benefícios da DBS, podemos destacar:
- Redução significativa dos tremores;
- Melhora na rigidez e lentidão dos movimentos;
- Diminuição da necessidade de medicamentos, o que reduz os efeitos colaterais relacionados aos fármacos;
- Ajustes personalizáveis para cada paciente, garantindo um controle otimizado dos sintomas.
Por outro lado, a DBS não é uma cura para a doença, e a cirurgia envolve riscos, como infecções, sangramentos e efeitos colaterais cognitivos ou de fala.
É fundamental que o paciente esteja bem informado sobre esses riscos e que a decisão pela cirurgia seja feita em conjunto com uma equipe médica experiente.
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O processo de implantação da DBS é altamente técnico e envolve etapas cuidadosamente planejadas para garantir o melhor resultado possível para o paciente. Cada fase é fundamental para o sucesso da estimulação cerebral profunda.
Se você ou um ente querido está considerando a DBS, é importante conversar com um neurologista especializado para entender todos os detalhes e decidir sobre o melhor curso de tratamento. Visite meu site para mais informações ou entre em contato para marcar uma consulta!
Dr. Rubens Cury
Neurologista Especialista em Parkinson
Professor Livre-docente da Universidade de São Paulo
CRM-SP: 131.445
RQE: 64.840
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445