Terapia DBS para combate ao Parkinson: como funciona?
Postado em: 13/09/2021
A terapia de Estimulação Cerebral Profunda, também chamada apenas de DBS, é um procedimento muito utilizado por neurologistas no mundo todo.
A DBS consiste basicamente em estímulos elétricos profundos em núcleos cerebrais que estão doentes, aliviando, assim, os sintomas neurológicos.
Continue lendo esse artigo e entenda como é feita a terapia, além de saber de forma especial, como a DBS ajuda na doença de Parkinson.
Além disso, fique por dentro dos principais riscos advindos do implante dos equipamentos de DBS.
Confira!
O que é o DBS e como é feito?
Antes de tudo, é importante frisar que a Estimulação Cerebral Profunda é um tratamento terapêutico. Ele não cura a doença. Ele ajuda no controle dos sintomas. No caso do Parkinson, no tremor, na lentidão e na rigidez.
Costumamos dizer ao paciente que é como se fosse um tratamento a mais. Exemplo: o paciente que já utiliza levodopa, pramipexol e amantadina, e mesmo assim não tem seus sintomas adequadamente controlados, a cirurgia de DBS é um quarto tratamento a ser empregado. A diferença é que os remédios são dados via oral. o DBS tem sua terapia entregue através de um pequeno eletrodo cerebral.
O sistema da Estimulação Cerebral Profunda é formado por 3 componentes:
- 1) O eletrodo de estimulação, que fica no alvo determinado. No caso, o núcleo subtalâmico na doença de Parkinson. O eletrodo é uma estrutura metálica fina, semelhante a uma carga de caneta, com diâmetro médio de 1 mm. Ele se fixa na região do crânio.
- 2) O cabo de conexão, que conecta o eletrodo à bateria. O cabo de conexão fica embaixo da pele e sai da região da cabeça onde os eletrodos foram colocados e vai até a região torácica, onde fica a bateria (marcapasso).
- 3) A bateria, ou marcapasso, que gera a energia para todo o sistema. Ele fica embaixo da pele, semelhante a um marcapasso cardíaco.
Concluído o implante, os equipamentos emitirão pulsos elétricos que serão direcionados às áreas do cérebro afetadas pela doença em questão.
Esse procedimento é também conhecido como “marca-passo cerebral”, devido à semelhança com o procedimento para tratamento de doenças cardiovasculares.
O DBS e o Parkinson
Na prática, temos que pensar em cirurgia para Parkinson quando o paciente, apesar do uso adequado das medicações, não está com seus sintomas controlados. Ou seja, mesmo fazendo o uso adequado do esquema medicamentoso prescrito pelo neurologista, ainda apresenta episódios de rigidez, lentidão e tremor que incomodam seu dia a dia.
Há critérios estabelecidos para um paciente se beneficiar da cirurgia.
Entre eles, temos:
- O paciente deve ter pelo menos 4 anos de tempo de doença;
- O paciente não pode ter alteração psiquiátrica grave ou quadro demencial;
- O paciente deve estar fazendo o tratamento medicamentoso de forma correta, e mesmo assim ter sintomas que prejudicam sua qualidade de vida, como movimentos involuntários (chamadas discinesias), Off (período de travamento importante e rigidez) ou tremor de repouso.
Antes da cirurgia, realizamos uma avaliação neuropsicológica, que visa avaliar os sintomas cognitivos do paciente (memória e atenção) e sintomas depressivos.
Principais riscos relacionados à DBS
Como todo procedimento cirúrgico, há riscos. Portanto, a cirurgia sempre é discutida, pesando os riscos e benefícios, com o neurologista e o neurocirurgião que fará a colocação do DBS.
Entre os riscos que devemos estar atentos, temos infecção do eletrodo, alteração da fala, e raramente sangramento cerebral.
A cirurgia de DBS não é nova. Ela é utilizada em todo o mundo desde 1990. Portanto, a segurança do procedimento também foi melhorando com o tempo. Hoje em dia, se o procedimento é bem indicado e a equipe que acompanha o paciente é especializada, a chance de complicações é rara.
A sua aplicação precisa ser feita por profissionais qualificados e comprometidos com o adequado direcionamento dos procedimentos. Saiba mais sobre a cirurgia aqui.
O Dr. Rubens Cury é especialista em doença de Parkinson e DBS.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445