Coronavírus e a doença de Parkinson: o que devo saber

Postado em: 03/09/2021

A doença causada pelo Coronavírus 2019 (COVID-19) é uma doença respiratória que pode ser transmitida de pessoa para pessoa. Os idosos são os mais vulneráveis. 

Uma vez que muitas pessoas com doença de Parkinson têm mais de 60 anos, devemos ajudar nossos pacientes a aprender mais sobre como a COVID-19 os afeta. Já de antemão, recomendamos que todos os pacientes com Parkinson sejam vacinados para permanecerem seguros.

Para reduzir o risco de ser infectado, incluindo a nova variante Delta, e possivelmente transmitir para outras pessoas, recomenda-se manter o uso de máscara, principalmente em ambientes fechados e com público. 

Sobre o Coronavírus (COVID-19)

Os coronavírus são uma família de vírus semelhantes ao resfriado comum, à síndrome respiratória aguda grave (SARS) e à síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS). Em 2019, um novo vírus chamado COVID-19 se formou e se espalhou de Wuhan, China, para outros países, incluindo o Brasil.

Os sinais e sintomas da infecção pelo COVID-19 podem aparecer de dois a 14 dias após a exposição ao vírus, e podem incluir febre, tosse, falta de ar ou dificuldade para respirar. 

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Atualmente, não há cura. No entanto, várias vacinas aprovadas pela ANVISA fornecem proteção contra formas graves ou hospitalização se você for exposto ao vírus. Variantes do vírus, como a variante Delta, são altamente contagiosas, o que preocupa as autoridades, que permanecem rastreando a evolução dessas infecções. 

Vacinação e doença de Parkinson

Os dados mostram que as vacinas aprovadas para aplicação na população mundial são seguras e benéficas para as pessoas com Parkinson. 

Atualmente, acreditamos que as vacinas atualmente utilizadas não causam alterações nos sintomas da doença de Parkinson. Pessoas com Parkinson podem sentir os efeitos colaterais comuns a várias pessoas que também tomam a vacina, incluindo dor de cabeça, febre, calafrios, náuseas e dores musculares ou articulares. 

Esses efeitos colaterais podem piorar levemente os sintomas pré-existentes do Parkinson. Mas entenda: não é que a doença piora. São os sintomas que podem piorar, que logo após uns dias, já retornam ao basal.

Perguntas frequentes que recebemos dos pacientes sobre a vacinação:

1. Todos os portadores de doença de Parkinson devem tomar a vacina?

Sim. Todos. Há raras exceções (que não inclui Parkinson) que não se pode receber a vacina. Na dúvida, claro, converse com seu médico.

2. Posso ser infectado pela COVID-19 após ser vacinado?

Sim. Mesmo depois de ser vacinado, você ainda pode ser infectado com a COVID-19, transmitir e apresentar sintomas da COVID-19. Na maioria dos casos, estamos prevendo que os sintomas serão menos graves. Os dados também sugerem fortemente que a COVID-19 tem muito menos probabilidade de ser grave após as pessoas receberem as duas doses das vacinas. De acordo com as autoridades sanitárias, a pessoa é considerada totalmente vacinada 2 semanas após a última dose da vacina. Lembre-se que a vacina da Janssen é dose única.

3. Devo manter o uso da máscara após ter tomado a vacina?

Sim. Os cuidados devem permanecer os mesmos a princípio.

4. Se eu já tive a COVID-19 devo mesmo assim ser vacinado?

Sim. As recomendações são que, independente se a pessoa já teve a doença, ela deve ser vacinada. Geralmente esperamos algumas semanas após a infecção para dar a vacina.

A infecção pelo coronavírus (COVID-19) é mais grave em quem tem doença de Parkinson?

Depende. Em muitos pacientes que têm a doença controlada, a COVID-19 não é mais grave do que em pessoas sem Parkinson. Como sabemos, a COVID-19 pode causar sintomas leves a graves. Mas isso não necessariamente acontece porque a pessoa tem Parkinson.

Por outro lado, há pessoas com a doença de Parkinson em fases mais avançadas, idosas,  que têm um certo comprometimento pulmonar. Nessas pessoas sim, a infecção por coronavírus pode ser mais grave!

Por exemplo, sabemos por estudos prévios que pneumonias são mais graves em pacientes com doença de Parkinson avançada que pacientes sem Parkinson.

Vale lembrar que se a pessoa com Parkinson tomou a vacina, ou se está infectada pelo Coronavírus, seus medicamentos para o Parkinson devem ser mantidos regularmente. Não há interação medicamentosa ou com a vacina.

Dicas gerais para os pacientes com Parkinson nessa Era COVID-19

Embora incomum, é possível ser infectado pela COVID-19 e ser hospitalizado após estar totalmente vacinado. 

Ainda não sabemos tudo sobre as variantes do vírus. Portanto, indivíduos com Parkinson podem se preparar para uma eventual hospitalização com estas dicas:

Verifique todos os seus medicamentos. Verifique as caixas de todos os medicamentos que você toma e solicite novamente os que estiverem acabando.

Escreva sua lista de medicamentos. Anote ou imprima uma lista de todos os seus medicamentos (não apenas medicamentos para Parkinson). Inclua o nome do medicamento, dosagem e horários. Este cronograma de medicação pode ser muito útil.

Faça uma lista de seus médicos. Faça uma lista de seus médicos, seus dados de contato e leve-a com você em caso de hospitalização.

Por fim, esteja sempre cercado de boas informações e  atente sempre a novos sintomas: respiratórios, febre, mal-estar, falta de ar. 

A piora repentina dos sintomas parkinsonianos também podem ser secundários a quadros infecciosos. Discuta sempre seus sintomas com seus médicos!

Fonte

https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/prevent-getting-sick/prevention.html?CDC_AA_refVal=https%3A%2F%2Fwww.cdc.gov%2Fcoronavirus%2F2019-ncov%2Fyour-health%2Fneed-to-know.html

https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/guia-de-vigilancia-epidemiologica-covid-19/view

Artigo escrito pelo Dr. Rubens Gisbert Cury

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation).

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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Dr. Rubens Cury Neurologista
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