Artrite reumatoide pode estar ligada ao aumento do risco de Parkinson

Postado em: 19/06/2023

Uma pesquisa científica recente trouxe à luz uma possível relação entre a artrite reumatoide e a doença de Parkinson. Com base em análise extensa de dados, os resultados revelaram que pessoas com artrite reumatoide têm risco quase duas vezes maior de desenvolver Parkinson.

O pesquisador responsável pelo estudo, Dr. Hyungjin Kim, Ph.D., médico e professor associado do departamento de humanidades médicas da Universidade Sungkyunkwan, na Coréia, ressaltou a importância da detecção precoce. Ele enfatizou que, se os pacientes com artrite reumatoide começarem a apresentar sintomas motores, como rigidez muscular, tremores ou movimentos lentos, é fundamental que sejam avaliados por um neurologista qualificado para descartar a possibilidade de doença de Parkinson. 

O estudo analisou informações de 55.000 pacientes com artrite reumatoide e 273.000 indivíduos do grupo de controle, que foram pareados por idade e sexo. Os resultados indicaram que a probabilidade de receber um diagnóstico de doença de Parkinson foi 1,74 vez maior para o grupo de pacientes com artrite reumatoide e idade média de 58 anos.

Em maio de 2023, o artigo foi publicado no periódico online JAMA Neurology.

Resultados conflitantes 

Os pesquisadores observaram que vários estudos já tinham avaliado a associação entre as duas doenças e apresentaram resultados conflitantes. Alguns sugerem uma redução no risco de Parkinson em pacientes com artrite reumatoide, enquanto outros indicam um risco aumentado. Essas pesquisas anteriores não consideraram variáveis importantes, como índice de massa corporal ou diabetes mellitus. Portanto, a pesquisa que controlou essas variáveis, fornece informações valiosas para a compreensão dessa conexão complexa.

No estudo recente, pesquisadores examinaram registros médicos de cerca de 55.000 pacientes diagnosticados com artrite reumatoide entre 2010 e 2017, comparando-os com os 273.000 de controle.

Os resultados mostraram que os pacientes com artrite reumatoide tinham quase o dobro de chances de desenvolver a doença de Parkinson em comparação aos de controle. Para os pacientes com artrite reumatoide soronegativa, o aumento do risco foi de 1,2 vezes.

Segundo o Dr. Kim, a inflamação desempenha um papel importante na associação entre as duas condições. “As citocinas inflamatórias presentes em pacientes com artrite reumatoide podem causar neuroinflamação e afetar os neurônios dopaminérgicos, que desempenham um papel crucial na patogênese do Parkinson”.

Esses cientistas observaram também que os pacientes com artrite reumatoide podem ter passado por mais consultas médicas, o que aumenta a probabilidade de diagnóstico de Parkinson. Outra possibilidade é que, como a análise incluiu indivíduos que faziam exames médicos de rotina, os resultados podem ter sido tendenciosos para os mais idosos.

Para o Dr. Kim, novas pesquisas ainda são necessárias para esclarecer a conexão patogênica entre a artrite reumatoide e a doença de Parkinson.


O Dr. David Sulzer, professor de psiquiatria, neurologia e farmacologia na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, disse que o estudo contribuiu para o progressivo corpo de evidências mostrando que há um componente autoimune na doença neurológica.

A pesquisa contínua é essencial para avançar o conhecimento e desenvolver estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes.

Essas descobertas têm implicações importantes na prática clínica, destacando a importância de uma abordagem multidisciplinar no cuidado dos pacientes com artrite reumatoide. Médicos reumatologistas e neurologistas devem trabalhar em conjunto para detectar precocemente sinais do Parkinson em pacientes com artrite reumatoide, garantindo assim um diagnóstico e tratamento adequados.

É fundamental que os pacientes estejam cientes dessa possível associação e que sejam encorajados a realizar consultas regulares com seus médicos. O controle da inflamação e a adesão a um estilo de vida saudável podem desempenhar um papel importante na prevenção ou no manejo de ambas as condições.

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e Tremores

Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
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Dr. Rubens Cury Neurologista
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