Cirurgia de DBS para doença de Parkinson: quando é indicada?
Postado em: 09/08/2022
A doença de Parkinson contempla diversos tratamentos, como medicações que aumentam a dopamina e reabilitação (fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional).
Em um grupo de pacientes em que os remédios não vão tão bem, a cirurgia pode ser considerada. Ela é conhecida como Estimulação Cerebral Profunda (ou DBS, da sigla em inglês Deep Brain Stimulation).
A cirurgia consiste na colocação de eletrodo (semelhante a uma carga de caneta fina) em uma pequena região do cérebro afetada pela doença de Parkinson. Geralmente a cirurgia é bilateral: um eletrodo é colocado de cada lado do cérebro.
E quando um paciente com doença de Parkinson deve ser encaminhado à cirurgia?
No dia a dia, temos que discutir a cirurgia com o paciente que mesmo tomando os remédios de forma adequada, orientados por um médico neurologista, ainda continua com sintomas que o incomodam na sua rotina.
Ou seja, mesmo fazendo o uso adequado do esquema dopaminérgico e atividade física, ainda apresenta episódios de rigidez, lentidão e tremor que incomodam seu dia a dia.
Mas não basta apenas ele ter sintomas não controlados pelos remédios; há outros pré-requisitos que devem ser preenchidos:
- O paciente deve ter pelo menos 4 anos de tempo de doença – ou seja, desde o início dos primeiros sintomas até a cirurgia, pelo menos 4 anos completos devem ter sido passados; isso faz sentido, pois geralmente no início o paciente está bem controlado, e não precisaria de cirurgia.
- O paciente não pode ter alteração psiquiátrica grave ou quadro demencial. Por isso sempre fazemos uma avaliação neuropsicológica antes da cirurgia.
- O paciente deve estar fazendo o tratamento medicamentoso de forma correta, e mesmo assim ter sintomas que prejudicam sua qualidade de vida, como movimentos involuntários (chamadas discinesias), Off (período de travamento importante e rigidez) ou tremor de repouso.
No vídeo abaixo explico de forma detalhada o que é e quando indicar a cirurgia na doença de Parkinson. Confira!
Artigo escrito pelo Dr. Rubens Gisbert Cury
Médico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Pós-doutorado em Neurologia pela Universidade de São Paulo e Universidade de Grenoble, na França.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Rubens Cury Neurologista especialista em doença de Parkinson e TremoresMédico Neurologista especialista em doença de Parkinson, Tremor Essencial, Distonia, e Estimulação Cerebral Profunda (DBS, deep brain stimulation). Possui doutorado em Neurologia pela USP, pós-doutorado em Neurologia pela USP e Universidade de Grenoble, na França, e é Professor Livre-Docente pela USP.
Registro CRM-SP 131445